Cerca de 50 países reforçaram nesta terça-feira em Haia as medidas destinadas a impedir que terroristas possam ter acesso a material nuclear que os permita fabricar um artefato capaz de disseminar substâncias radioativas.
A cúpula de Segurança Nuclear (NSS) teve início na segunda-feira, mas seus participantes concentraram-se em discutir a crise na Ucrânia e uma reunião do G7, durante a qual as potência mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) decidiram isolar ainda mais a Rússia.
Nesta terça-feira, as delegações focaram na agenda do dia. "Nosso objetivo é eliminar os elos mais fracos da segurança nuclear", declarou o ministro holandês das Relações Exteriores, Frans Timmermans, cujo país organiza a terceira NSS.
Alguns Estados desejam avançar neste sentido, e 35 concordaram em aplicar medidas internacionais mais estritas e reforçar a cooperação.
"A segurança nuclear é de responsabilidade nacional", mas é essencial "aprender com as experiências de cada um e aplicar a conduta" da Agência Internacional de energia Atômica (AIEA), ressaltou Timmermans.
Outro anúncio importante da cúpula foi o compromisso do Japão de devolver aos Estados Unidos mais de 300 kg de plutônio e quase 200 kg de urânio altamente enriquecido recebidos de Washington e Londres durante a Guerra Fria.
A luta contra a ameaça terrorista nuclear está no centro do legado político desejado pelo presidente americano Barack Obama, que lançou a primeira cúpula de Segurança Nuclear em 2010 e cuja quarta edição será realizada em 2016 em Washington.
O objetivo é ambicioso, já que "há quase 2.000 toneladas de material para ser utilizado em armas que circulam no mundo", lembrou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
No comunicado final, os líderes devem reconhecer a necessidade "de progressos significativos" nos próximos quatro anos para garantir a segurança das reservas de urânio e plutônio.
As discussões também se concentram na dificuldade de fazer cumprir os acordos existentes no setor nuclear, como ilustrado pela crise ucraniana.
A Ucrânia concordou em 1994 em desmantelar o seu arsenal nuclear herdado da URSS em troca da garantia de sua integridade territorial, de acordo com o Memorando de Budapeste.