Quatro livrarias de Bruxelas receberam cartas de ameaça caso vendam a última edição da revista satírica Charlie Hebdo, cuja distribuição começará na quinta-feira na Bélgica, indicaram autoridades locais.
"O Ministério Público de Bruxelas leva muito a sério o envio destas quatro cartas e mobilizará todos os meios técnicos a sua disposição para encontrar o autor", declarou um porta-voz do MP de Bruxelas, Laurens Dumont, citado pela agência Belga.
Segundo o jornal La Derniere Heure, que revelou essas informações, o autor das cartas ameaça "retaliar contra vocês e seus negócios" e aconselha "não distribuir as caricaturas do nosso amado Maomé (...) através do semanário ignóbil que é Charlie Hebdo".
De acordo com as câmeras de segurança de uma das livrarias, a carta foi depositada na terça-feira às 23h45 hora local (20h45 de Brasília), segundo o jornal.
"Nós levamos estas ameaças a sério", reagiu Herve Doyen, prefeito de Jette, o distrito norte de Bruxelas onde estão localizadas as quatro livrarias.
"Estes estabelecimentos estarão sob vigilância amanhã e nos próximos dias", acrescentou.
Os ataques em Paris provocaram forte comoção na Bélgica e o interesse pela nova edição do Charlie Hebdo ameaça superar amplamente as 30.000 cópias que serão colocadas à venda na quinta e sexta-feira no país, de acordo com a associação Prodipresse.
"Normalmente, cerca de 2.000 exemplares são distribuídos a cada semana em 750 pontos de venda na Bélgica", confirmou a distribuidora AMP.