O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (15) o prefeito de Le Havre, Édouard Philippe, como seu primeiro-ministro.
Philippe, 46 anos, é membro do partido conservador Os Republicanos e próximo ao ex-premier e atual prefeito de Bordeaux, Alain Juppé (1995-1997), um dos principais líderes da direita tradicional no país.
Ele também foi filiado ao Partido Socialista (PS) nos anos 1990, mas em 2002 participou, ao lado de Juppé, da criação da União por um Movimento Popular (UMP), legenda que deu sustentação ao ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012) e mais tarde seria rebatizada como Os Republicanos.
Nas primárias da direita, no fim de 2016, atuou como porta-voz do ex-premier, derrotado por François Fillon na disputa - o candidato conservador terminaria as eleições presidenciais na terceira posição, com 20,01% dos votos.
A nomeação de Philippe é uma clara tentativa de Macron de se aproximar d'Os Republicanos, partido que pode ser essencial para o novo presidente conseguir formar uma maioria parlamentar após as eleições legislativas de 11 e 18 de junho.
Segundo as últimas pesquisas, o movimento de Macron, o centrista e liberal Em Marcha!, aparece na liderança, com pouco menos de 30% das intenções de voto. Já o partido de Philippe está empatado com a ultranacionalista Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, com 20%.
O PS, que também poderia ser cortejado pelo novo presidente, tem menos de 10% da preferência e deve confirmar sua derrocada no mês que vem. Além disso, Philippe já tem experiência parlamentar, ativo essencial para um chefe de Estado que nunca havia sequer disputado uma eleição.
Macron foi eleito presidente no dia 7 de maio, ao derrotar Le Pen no segundo turno da disputa pelo Palácio do Eliseu. Ele tem apenas 39 anos e é o mais jovem mandatário da história da França. Já a passagem de poder entre o atual primeiro-ministro do país, Bernard Cazeneuve, e seu sucessor deve ocorrer por volta de 16h (horário local).
No sistema semipresidencialista da França, o chefe de Estado é responsável por determinar as diretrizes da nação e lidar com questões de defesa e política externa, além de nomear um premier - que deve refletir a composição de forças no Parlamento - para cuidar do dia a dia do governo.