"Matar crianças infiéis não é crime", diz Estado Islâmico

Grupo assumiu autoria de atentado em show de Ariana Grande

23 mai 2017 - 10h02
Mulher deposita flores em homenagem às vítimas do atentado após show de Ariana Grande em Manchester.
Mulher deposita flores em homenagem às vítimas do atentado após show de Ariana Grande em Manchester.
Foto: Reuters

O grupo Estado Islâmico (EI) defendeu recentemente em suas publicações que matar "crianças infiéis" não é um crime ou uma atitude errada. "Nós não deveríamos nos afligir pela morte colateral de mulheres e crianças infieis, porque Allah disse: 'não se aflija pelos infiéis", argumentou a organização terrorista em sua revista Rumiyah, em um artigo na edição de número 9 intitulado "Collateral Carnage" ("Massacre Colateral", na tradução).

Ao menos 12 crianças e adolescentes estão internados em estado grave em hospitais de Manchester após um atentado. De acordo com fonte médicas ouvidas pela emissora "BBC", todos os internados tem menos de 16 anos.

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O grupo assumiu nesta terça-feira (23) a autoria do atentado à bomba realizado em Manchester durante um show da cantora pop Ariana Grande na noite de ontem. Ao menos 22 pessoas morreram e 59 ficaram feridas, a maioria crianças e adolescentes fãs da artista de 23 anos de idade. Logo após o ataque, jihadistas e simpatizantes do EI comemoraram nas redes sociais, mas o grupo demorou cerca de 12 horas para assumir oficialmente sua participação.

Em dois comunicados, um em árabe e outro em inglês, o Estado Islâmico informou que, "com o apoio e a graça de Allah, um soldado do califado instalou explosivos no meio de locais das Cruzadas, na cidade britânica de Manchester, em vingança à religião de Allah, para aterrorizar os infiéis e em resposta às transgressões contra as terras muçulmanas".

A nota explicou que "as bombas" foram detonadas perto da Manchester Arena e que outros ataques serão cometidos "com a permissão de Allah".

O Estado Islâmico não citou nomes de possíveis jihadistas envolvidos no ataque e, explicitamente, afirmou que havia mais de uma bomba.

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A polícia do Reino Unido, que já trabalhava com a hipótese de um atentado terrorista, suspeitava que um suicida tinha detonado ao menos um explosivo de fabricação caseira na área da bilheteria da casa de espetáculos. Testemunhas, porém, relatavam desde ontem terem ouvido "ao menos duas explosões".

A polícia britânica prendeu um homem de 23 anos suspeito de ligação com o atentado. A identidade do detido foi mantida em sigilo. Ainda não há confirmação se o autor do ataque morreu na explosão ou se é o jovem preso nesta manhã, apesar da polícia defender a tese de que o terrorista cometeu suicidio. Outra prisão foi realizada no centro comercial de Arndale, em Manchester, mas as autoridades dizem que não há relação com o atentado.

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Imagens mostram momento da explosão em show de Ariana Grande em Manchester
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