Militares da Ucrânia descartam novo acordo de paz para breve

No meio da tarde desta quarta-feira, um grupo de rebeldes se chocou com tropas do governo

10 dez 2014 - 16h41
(atualizado às 17h02)
Separatistas pró-russos em tanque em Khartsyzk, leste de Donetsk. 07/12/2014.
Separatistas pró-russos em tanque em Khartsyzk, leste de Donetsk. 07/12/2014.
Foto: Maxim Shemetov / Reuters

Confrontos recentes entre soldados ucranianos e separatistas ofuscaram nesta quarta-feira as perspectivas de um cessar-fogo duradouro após um “Dia de Silêncio” na Ucrânia, e Kiev descartou novas conversas de paz até que os rebeldes interrompam seus disparos completamente.

Apesar de um relatório inicial segundo o qual os separatistas reduziram seus bombardeios significativamente durante a trégua de terça-feira, os militares de Kiev disseram que no meio da tarde desta quarta-feira, no horário local, um grupo de rebeldes se chocou com tropas do governo, perdendo alguns homens, e que os separatistas também realizaram ataques com armas pesadas.

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O ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma rejeitou qualquer possibilidade de uma nova reunião nesta semana do Grupo de Contato formado por Rússia, Ucrânia e líderes separatistas pró-Moscou, que em setembro firmou um cessar-fogo que, em seguida, foi violado continuamente.

“Nestas condições, quando há um lado que não está cumprindo o regime de cessar-fogo, não considero um encontro viável”, declarou Kuchma, segundo a agência de notícias Interfax.

Referindo-se ao “Dia de Silêncio”, que os militares de Kiev afirmaram ter sido interrompido por bombas dos separatistas contra posições do governo no aeroporto de Donetsk, Kuchma disse: “Deixem que mostrem que eles (os separatistas) realmente querem paz, e não guerra, que eles têm o controle total de suas formações armadas”.

“O lado ucraniano estará pronto para a próxima reunião (somente) quando houver um cessar-fogo total”.

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Os líderes separatistas não comentaram de imediato os relatos de novas ações militares de suas forças, e já fizeram acusações semelhantes a respeito de violações da trégua contra forças governamentais.

Uma trégua mutuamente apoiada no leste industrializado da Ucrânia, onde os rebeldes declararam “repúblicas do povo”, poderia ter ajudado a abrir caminho para uma nova rodada de conversas de paz em Minsk, capital de Belarus, nesta semana.

Os líderes dos rebeldes haviam planejado uma vídeo-conferência nesta quarta-feira entre membros do grupo de contato, mas posteriormente cancelaram os planos. Mais cedo, os militares de Kiev se mostraram surpreendentemente otimistas a respeito do “Dia de Silêncio”, dizendo que pela primeira vez nenhum de seus soldados foi morto ou ferido nas 24 horas anteriores.

Entenda a crise na Ucrânia

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