Ministro diz que Rússia não vai permitir banho de sangue na Ucrânia

A tomada de controle da maior parte da Crimeia por forças russas provocou tensões entre Moscou e os países ocidentais

5 mar 2014 - 07h56
(atualizado às 07h59)

A Rússia não vai permitir um banho de sangue na Ucrânia, afirmou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores de Moscou, Serguei Lavrov, antes de ressaltar que o governo russo não tem nenhuma autoridade sobre as forças de autodefesa mobilizadas na Crimeia.

"Não vamos permitir um derramamento de sangue, não vamos permitir atentados contra a vida e a saúde daqueles que vivem na Ucrânia, e também dos cidadãos russos que vivem na Ucrânia", afirmou Lavrov em Madri após uma reunião com o colega espanhol, José Manuel García-Margallo.

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Ao ser questionado se Moscou negociaria uma retirada das forças pró-Moscou na península da Crimeia, o chanceler foi enfático.

"Eu gostaria que explicassem o que são as forças pró-Rússia: se são as forças de autodefesa criadas pelos habitantes da Crimeia, nós não temos nenhuma autoridade sobre elas. Não recebem nossas ordens. Os militares russos da frota do Mar Negro estão em suas posições de destino e adotaram medidas de alerta especial e controle de toda a frota o Mar Negro", completou.

Depois de mais de três meses de crise política na ex-república soviética que resultaram na destituição do presidente Viktor Yanukovytch, a tomada de controle da maior parte da Crimeia por forças russas provocou tensões inéditas entre Moscou e os países ocidentais desde o fim da União Soviética.

O secretário de Estado americano, John Kerry, acusou a Rússia, na terça-feira em Kiev, de "estar trabalhando duro para criar um pretexto que permita seguir invadindo" a Ucrânia, ao mesmo tempo que, em Washington, o presidente Barack Obama colocou em dúvida a boa vontade do presidente russo, Vladimir Putin, ao afirmar que suas declarações "não enganam ninguém".

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Ao quebrar o silêncio, Putin havia negado um pouco antes em uma entrevista o envolvimento das tropas russas na Crimeia e denunciou um "golpe de Estado" contra Yanukovytch.

Depois de Madri, onde Lavrov se reuniu na terça-feira com a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, assim como com o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy e com o rei Juan Carlos, o chanceler russo deve viajar a Paris para um encontro com Kerry.

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