O ministro do Interior interino da Ucrânia, Arsen Avakov, acusou a Rússia de preparar uma “invasão armada” por um suposto bloqueio por militares russos dos aeroportos de Sebastopol e Simferopol, na Crimeia. “Eu considero o que está acontecendo uma invasão armada e uma ocupação”, escreveu Avakov em sua página no Facebook.
A Frota do Mar Negro da Rússia negou a tomada do aeroporto em Sevastopol. "Nenhuma unidade da Frota do Mar Negro foi deslocada na área de (aeroporto) Belbek, nem tomou parte em qualquer invasão", disse a unidade por meio de um comunicado divulgado pela agência RT.
O ministro disse, de acordo com a agência AFP, que tropas russas no Mar Negro, estacionadas em uma região predominantemente russa da Crimeia, bloquearam a base aérea de Belbek, próximo de Sevastopol, onde soldados ucranianos e guardas de fronteira estão localizados.
Apesar de não apresentar qualquer insígnia de identificação, as supostas tropas russas “não esconderam a quem pertencem”, afirmou Arsen Avakov, acrescentando que um segundo aeroporto foi invadido por homens armados, também supostamente ligados a grupos pró-Rússia.
O titular interino de Interior precisou que efetivos da polícia monitoram o perímetro exterior do aeroporto de Sebastopol, situado na cidade em que fica a base naval da Frota do Mar Negro da Rússia.
Avakov classificou as ações como "invasão armada e ocupação, e violação de todas as normas e acordos internacionais". "É uma provocação aberta para suscitar um conflito armado e causar derramamento de sangue. Já não é mais competência do Ministério do Interior. Quem deve se encarregar agora é o Conselho de Segurança Nacional e Defesa. Enquanto não houver um conflito armado, devem falar os diplomatas", concluiu.
Horas antes das tropas russas chegarem ao aeroporto de Simferopol, um grupo armado pró-Rússia invadiu o mesmo recinto, mas se retirou logo em seguida, após comprovar que não havia tropas ucranianas no terminal.
Na quinta-feira pela manhã, um comando pró-russo já havia tomado o Parlamento e a sede do governo local de Simferopol. Horas mais tarde, o Parlamento votou pela realização de um referendo por mais autonomia marcado para o dia 25 de maio e afastou o governo provincial.
A Crimeia, povoada majoritariamente pela etnia russa, é a região da Ucrânia onde o risco de rejeição às novas autoridade em Kiev é maior. Ela já pertenceu à Rússia antes de ser anexada à Ucrânia soviética em 1954.
Com informações da agência EFE