A emblemática basílica Sagrada Família, em Barcelona, foi palco neste domingo (20) de uma missa pela paz e a conciliação, em memória das 14 vítimas dos atentados terroristas na quinta-feira. Principal suspeito de dirigir carro do ataque em Barcelona ainda está foragido.
A cerimônia, aberta ao público, teve a presença do rei Felipe 6°, do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, entre outras lideranças, incluindo o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de onde são originárias duas das vítimas, além de representantes dos governos da Catalunha e de Barcelona e de representantes da comunidade muçulmana.
"Estes foram dias de lágrimas, de muitas lágrimas, mas especialmente de muita humanidade", afirmou, ao início da cerimônia, o bispo auxiliar de Barcelona, Sebastià Taltavull, que insistiu que os espanhóis "não têm medo e querem gozar o dom da paz".
O arcebispo de Barcelona, Juan José Omella, leu duas mensagens em que o papa Francisco expressa "seu mais profundo pesar pelos que perderam a vida em uma ação tão desumana. Estou perto de vocês neste momento doloroso. Eu os acompanho muito. Deus os abençoe. Eu rezo por vocês e vocês rezem por mim", disse o pontífice.
O ministro do Interior espanhol, Juan Ignacio Zoido, disse no sábado que a célula terrorista que esteve por atrás dos ataques foi "desmantelada", mas as autoridades locais estão mais cautelosas.
A polícia ainda procura Younes Abouyaaquob, de 22 anos, que a polícia acredita ser o motorista da van usada no ataque de Barcelona. A polícia espanhola afirma não ter certeza de que Abouyaaquob ainda esteja no país. A polícia francesa também está procurando o jovem marroquino.
Menos de 10 horas após o ataque em Barcelona, ocorreu um ataque semelhante, usando um carro Audi A3, na cidade costeira de Cambrils, que deixou uma mulher morta. A polícia disparou e matou os cinco atacantes, alguns dos quais estavam usando trajes imitando cintos de explosivos.
O "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a responsabilidade pelos ataques, que se acredita terem sido os primeiros da organização na Espanha. Um ataque terrorista que matou 192 pessoas em 2004 em Madri foi realizado por uma célula da Al Qaeda.
Imã é suspeito de envolvimento
As autoridades também estão tentando determinar o papel de um imã, Abddelbaki Es Satty, que é suspeito de radicalizar os jovens - alguns deles adolescentes - que realizaram os ataques desta semana. Segundo o jornal El País, o religioso cumpriu quatro anos de prisão por tráfico de drogas e teria tido contato com os responsáveis pelos ataques terroristas de 2004 em Madri.
A polícia informou neste domingo que a célula terrorista estocava pelo menos 120 botijões de gás para realizar "um ou vários ataques" na capital catalã. Os cilindros de gás foram encontrados em uma casa em Alcanar, onde os planos originais foram frustrados por uma explosão, de acordo com as autoridades.
MD/ap/afp/dpa