Batizado por Bento XVI há cinco anos, o muçulmano convertido ao catolicismo Magdi Allam anunciou nesta segunda-feira que abandona a Igreja católica porque considera que é muito relativista e condescendente com o islã, "uma ideologia intrinsecamente violenta".
O italiano de origem egípcia Magdi Allam, ex-vice-diretor do Corriere della Sera, lamenta a "papolatria" que rodeia o início do pontificado do papa Francisco e o relativismo religioso da Igreja com o islã.
"Minha conversão ao catolicismo, pelas mãos de Bento XVI na noite da véspera pascoal de 22 de março de 2008, acabou, ao mesmo tempo que seu pontificado", explicou Magdi Cristiano Allam nas colunas do jornal italiano Il Giornale.
O jornalista critica a Igreja que "impõe comportamentos em conflito com a natureza humana, como o celibato sacerdotal, a abstinência das relações sexuais fora do casamento" ou a "indissolubilidade do casamento", mas, sobretudo, lamenta o relativismo religioso.
Magdi Allam explica que a "legitimação do islã como verdadeira religião, de Alá como verdadeiro Deus, de Maomé como autêntico profeta, do Alcorão como texto sagrado e de mesquitas como lugar de culto" o "afastaram da Igreja".
Também lamenta que o papa Francisco tenha começado a exaltar os muçulmanos ao assegurar que "adoram o Deus único, vivo e misericordioso". "Estou convencido de que o islã é uma ideologia intrinsecamente violenta", afirma Magdi Allam, para quem a Europa "acabará sendo submetida ao islã".
Após seu batismo, explicou no jornal Il Corriere sua escolha de se libertar do "obscurantismo de uma ideologia que legitima a mentira e a hipocrisia, a morte violenta que conduz ao homicídio e ao suicídio, a submissão cega à tirania".
Dias depois de seu batismo e da polêmica gerada, Magdi Allam publicou na imprensa italiana violentas diatribes contra o islã e declarações a favor de Israel, o que fez a Santa Sé se distanciar dele.