O ministro de Relações Exteriores da Noruega, Børge Brende, advertiu nesta terça-feira durante sua visita a Beirute que a guerra síria pode se estender também à Europa, por isso "encontrar uma solução política deve ser uma prioridade para as Nações Unidas".
"Atualmente estamos em frente a duas alternativas: construir a Síria ou destruir esse país, a região e a Europa", disse em entrevista coletiva conjunta com o ministro libanês, Yebran Basil.
Para Brende, a instabilidade e a destruição chegarão à Europa se ela "fracassar em exercer pressão para conter o caos que afeta não só a Síria, mas toda a região".
Referindo-se ao Líbano, Brende declarou que este país assumiu grandes responsabilidade com a amparo de refugiados sírios e prometeu continuar a ajudá-lo, sobretudo no âmbito da educação.
O ministro norueguês lamentou as poucas ajudas humanitárias: "Os desafios aumentam com a guerra na Síria, o que empurra os refugiados a fugir para a Europa".
Já Basil expressou seu temor pela expansão do terrorismo e a onda de refugiados. "Isto precisa de uma resposta internacional global, devemos atuar juntos para limitar os danos e os custos especialmente nos aspectos de segurança e da economia", ressaltou.
O perigo no âmbito da segurança está se estendendo à Europa. Ele lembrou que a região está se reestruturando sobre bases confessionais e étnicas diferentes, por isso defendeu uma solução política e não só uma resposta militar.
O chefe da diplomacia norueguesa se reuniu também com o ministro libanês de Assuntos Sociais, Rachid Derbas, que ressaltou que enquanto a Europa negocia acolher 120 mil refugiados sírios, uma pequena aldeia no Líbano como Arsal já recebeu 80 mil.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) o Líbano tem 1.113.941 sírios refugiados, enquanto as autoridades locais elevam esse número a mais de um milhão e meio.