Novo tiroteio fere dois e volta a assustar Paris

Duas pessoas estão em estado grave após o tiroteio: uma agente e um funcionário da limpeza, indicaram fontes policiais

8 jan 2015 - 07h04
(atualizado às 07h44)
Um novo tiroteio na manhã desta quinta deixou dois feridos
Um novo tiroteio na manhã desta quinta deixou dois feridos
Foto: AFP

O autor dos disparos contra policiais municipais na manhã desta quinta-feira em Montrouge (periferia sul de Paris) segue foragido, anunciou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

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A ação pública está em andamento para identificar e deter o autor dos tiros, disse o ministro, que se dirigiu ao local do incidente.

Fontes policiais haviam indicado pouco antes que após o tiroteio um homem suspeito havia sido detido.

Duas pessoas estão em estado grave após o tiroteio: uma agente e um funcionário da limpeza, indicaram fontes policiais.

Até agora "não foi estabelecido que exista um vínculo" entre este ataque contra policiais e o atentado lançado na quarta-feira contra a revista satírica Charlie Hebdo, indicaram fontes próximas ao caso.

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O ministro do Interior pediu calma e sangue frio para facilitar "as investigações em andamento nas melhores condições".

"Duas pessoas foram gravemente feridas" no tiroteio de Montrouge, disse o ministro. Trata-se de uma policial municipal e um agente de limpeza.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, "não há vínculo com o atentado da Charlie Hebdo", a revista satírica atacada na quarta-feira em Paris por dois homens armados que assassinaram 12 pessoas. O homem vestia um colete à prova de balas e carregava uma arma curta e um fuzil automático.

Às 08h19 hora local (05h19 de Brasília), atirou pelas costas contra policiais que atuavam em um acidente de trânsito. Os incidentes ocorreram em Montrouge, um município situado ao sul de Paris.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, abandonou rapidamente a reunião de crise convocada pelo presidente François Hollande, organizada um dia após o atentado contra o Charlie Hebdo, para ir ao local do incidente, anunciou o Eliseu.

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Ataque à revista

Sete pessoas foram colocadas sob custódia nesta quinta-feira sob suspeita de participação no ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo em Paris, que deixou 12 mortos, indicou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

"Sete pessoas", respondeu na rádio Europe 1 o ministro, em resposta a uma pergunta sobre o número de pessoas atualmente sob custódia. Uma fonte judicial que não quis se identificar afirmou que homens e mulheres próximos aos dois irmãos identificados como os autores do ataque estão atualmente sendo interrogados pela polícia, sem informar onde foram detidos.

Durante a madrugada, a polícia francesa deteve o jovem Murad Hamyd, de apenas 18 anos, e seguia caçando pelo menos outros dois suspeitos. Após a captura de Hamyd, os policiais - especialmente as unidades de elite - seguiam à procura dos irmãos franceses nascidos em Paris Said Kuachi, 34, e Cherif Kuachi, 32, o último um jihadista conhecido pelos serviços antiterroristas.

Hamyd, que é cunhado de Cherif, se entregou à polícia na cidade de Charleville-Mézières "ao ver que seu nome circulava nas redes sociais", explicou à AFP uma fonte ligada ao caso.

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Segundo o jornal "Le Monde", a caçada aos suspeitos envolve mais de três mil policiais. Cherif Kuachi é um jihadista muito conhecido pelos serviços antiterroristas franceses, condenado em 2008 por participar de uma rede de recrutamento de combatentes para o Iraque.

Na noite de ontem,  TV americana NBC News, afirmando ter dois oficiais de alta patente do contraterrorismo americano como fonte, disse que dois dos suspeitos de participar do tiroteio já haviam sido capturados e o terceiro havia sido morto. A NBC News, no entanto, não informou qual deles teria sido morto.

O ataque deixou 12 mortos a tiros, incluindo os chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous, e 11 feridos. De acordo com fontes policiais, os autores do ataque gritaram "Vingamos o Profeta!", em referência a Maomé, alvo de charges publicadas há alguns anos pela revista. O episódio provocou revolta no mundo muçulmano.

A redação do semanário, surpreendida em plena reunião de pauta, foi dizimada. Além dos chargistas Charb, Cabu, Tignous e Wolinski - muito conhecidos na França - dois policiais estão entre os 12 mortos, incluindo um agente executado a sangue-frio quando estava caído no chão, ferido.

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