Tudo começou quando a ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, não cantou o hino nacional, conhecido como La Marseillaise (A Marselhesa), numa cerimônia de comemoração da abolição da escravidão.
Escrito em 1972, como uma forma de incentivar as tropas francesas na luta contra exércitos estrangeiros, o hino tem em seu refrão a frase "nossa terra do sangue impuro se saciará".
Uma personalidade polêmica na França e associada à esquerda radical, a ministra foi muito criticada na internet e acusada de não cantar o hino como parte de um posicionamento político.
'Renúncia'
O político Geoffroy Boulard escreveu no Twitter: "Taubira não está cantando o La Marseillaise sob o pretexto de não conhecer a letra. Renúncia!".
Taubira se defendeu no Facebook. "Em algumas ocasiões, é mais apropriado contemplar do que cantar como se estivesse num karaokê".
A polêmica ficou ainda mais intensa depois que o ator francês Lambert Wilson comentou o assunto.
Ele descreveu a letra do hino como "terrível, racista, xenofóbica" e pediu que ela fosse alterada.
Orgulho nacional
O comentário de Wilson foi amplamente discutido online, com muitos concordando com seu ponto de vista, enquanto outros o consideraram ofensivo.
Ouvido pela BBC Trending, o político Boulard defendeu sua crítica à ministra.
"Não tem nada a ver com ser negro ou branco", disse. "É sobre identidade e orgulho nacional."