Obama defende sanções contra Rússia por crise na Ucrânia

Medidas incluem sanções contra a gigante do petróleo Rosneft e o banco da petroleira Gazprom, o Gazprombank

17 jul 2014 - 00h18
(atualizado às 00h44)
<p>O anúncio foi feito no momento em que os líderes da União Europeia (UE) decidiram também ampliar as sanções contra a Rússia</p>
O anúncio foi feito no momento em que os líderes da União Europeia (UE) decidiram também ampliar as sanções contra a Rússia
Foto: Kevin Lamarque / Reuters

O presidente americano, Barack Obama, declarou nesta quarta-feira que a imposição de novas sanções contra a Rússia são a consequência de suas ações na Ucrânia. "O que esperamos é que os líderes russos se deem conta, de uma vez por todas, de que suas ações na Ucrânia têm consequências, principalmente um enfraquecimento da economia russa e um crescente isolamento diplomático", disse Obama durante um breve discurso.

Antes do discurso de Obama, o Departamento do Tesouro havia anunciado o fortalecimento das sanções contra Moscou devido à crise na Ucrânia, afetando empresas de defesa, financeiras e de energia.

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O Tesouro indicou que as medidas, golpe mais duro até o momento de Washington contra a economia russa, incluem sanções contra a gigante do petróleo Rosneft e o banco da petroleira Gazprom, o Gazprombank. A lista de sanções americanas também inclui medidas contra os rebeldes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk, no leste da Ucrânia.

O anúncio foi feito no momento em que os líderes da União Europeia (UE) decidiram também ampliar as sanções contra a Rússia, de acordo com fontes diplomáticas. A UE adotou medidas contra instituições russas, que foram responsabilizadas por ameaçar a integridade territorial da Ucrânia, indicou uma fonte diplomática. Também decidiu suspender os programas financiados na Rússia pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as novas sanções a seu país causarão graves danos na relação entre Washington e Moscou e afetarão os interesses americanos. "Sem dúvida alguma este assunto (das sanções) leva as relações russo-americanas a um impasse e causa graves danos", declarou Putin em Brasília. "Estou convencido de que isto afetará os interesses a longo prazo do Estado e do povo americanos".

Putin acrescentou que "a Rússia tem um interesse vital em ver o rápido fim do conflito na Ucrânia" entre os separatistas pró-Moscou e as forças governamentais. "Não sei se há outro país, além da Rússia e da própria Ucrânia, que tenha tanto interesse em ver o fim deste banho de sangue e a normalização do nosso vizinho".

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O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, qualificou de "escandalosas" e "totalmente inaceitáveis" as sanções adotadas contra a Rússia por parte dos Estados Unidos. "A nova decisão da administração americana de adotar sanções, sob um pretexto falso e falaz, contra certo número de entidades e de indivíduos russos, pode apenas ser chamada de escandalosa e totalmente inaceitável" declarou Riabkov à agência russa Interfax.

"Confirmamos nossa intenção de tomar medidas que serão recebidas em Washington de forma grave e dolorosa" em resposta às sanções. "A lógica de impor sua vontade política sobre os demais Estados domina Washington. Esta lógica é errada e está condenada ao fracasso (...). Esta decisão não fará nada além que complicar as relações russo-americanas", destacou Riabkov.

"Washington deve compreender o caráter nefasto de tais métodos, não apenas sobre suas relações com a Rússia, mas também sobre a política externa e os interesses econômicos dos Estados Unidos".

As novas sanções foram impostas depois de mais de três meses de confrontos na Ucrânia que deixaram mais de 600 mortos. Quase 50 civis morreram desde o fim de semana em ataques aéreos e de artilharia em Donetsk e Lugansk.

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