O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira, em Bruxelas, ao final de uma reunião de cúpula com líderes da União Europeia, que "o mundo é mais seguro e justo quando a Europa e os Estados Unidos são solidários".
"A Rússia está sozinha, os 28 membros da União Europeia estão unidos, os membros da Otan estão unidos", acrescentou Obama, destacando que "se alguém na Rússia pensou que o mundo não se importaria com o que aconteceria com a Ucrânia, ou que poderia provocar uma divisão entre a União Europeia e os Estados Unidos, claramente avaliou mal".
Durante a coletiva de imprensa ao fim da cúpula desta quarta-feira, Obama reafirmou que o único caminho para resolver a crise na Ucrânia, após a anexação da Crimeia pela Rússia, é pela "via diplomática".
Além disso, garantiu que as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela UE à Rússia aumentavam e estimou que eram as sanções "mais significativas contra a Rússia desde o fim da Guerra Fria".
Na segunda-feira, à margem da cúpula de Segurança Nuclear (NSS) de Haia, Obama se reuniu com seus colegas do G7.
Eles decidiram suspender a participação na cúpula do G8 organizada pela Rússia e anunciram outro encontro, sem a presença russa, em Bruxelas, assim como estudar as sanções setoriais que estarão dispostos a impor se o Kremlin não reverter a situação de tensão em torno da Ucrânia.
Nesta quarta-feira, Obama deu a entender que existiam divergências entre os Estados Unidos e a UE em relação a este novo nível de sanções.
"Estamos coordenando as eventuais sanções adicionais se a Rússia seguir pelo mesmo caminho e empreender novas incursões na Ucrânia", disse Obama.
"Para que a Rússia sinta o embate, (...) estas sanções terão um impacto na economia global, assim como em todos os países representados aqui hoje", estimou.
No G7, os presidentes decidiram "intensificar as respostas" se concentrando nos setores da "energia, do setor financeiro e bancário, assim como no setor do armamento".
Em todos estes setores os vínculos entre os países membros da UE e a Rússia são muito estreitos.
Obama também manifestou sua inquietação pela redução do nível de gastos no setor da defesa de alguns países da Otan e afirmou que "a liberdade tem um preço".
"A situação na Ucrânia nos lembra que a liberdade não é gratuita, tem um preço", indicou. "Devemos pagar" por nossa segurança para garantir uma força dissuasiva, concluiu.