O líder opositor russo Boris Nemtsov, morto a tiros em Moscou, considerou pedir asilo político à Lituânia em 2012, temendo perseguições por parte do Kremlin, declarou neste sábado à AFP Andrius Kubilius, à época primeiro-ministro do país báltico.
Kubilius garantiu ter prometido a Boris Nemtsov - durante uma conversa privada à margem da convenção de seu partido em 2012 - que a Lituânia o acolheria. O opositor acabou optando por permanecer na Rússia.
"Nemtsov disse que temia ser preso e colocado na cadeia", após os protestos da oposição russa contra o terceiro mandato presidencial de Vladimir Putin, em 2012, informou Kubilius. "Ele perguntou se a Lituânia poderia concedê-lo asilo político. Eu disse a ele para não ter dúvidas sobre isso, e propus que ele ficasse aqui. No fim das contas, ele desistiu", afirmou o ex-chefe do governo lituano.
O ex-vice-primeiro-ministro russo Boris Nemtsov foi morto na noite de sexta-feira (27) em Moscou, a alguns metros do Kremlin.
A Lituânia é um dos membros da Otan e da União Europeia mais críticos à atuação de Moscou. Vilnius chegou a pedir diversas vezes o reforço das sanções econômicas em resposta à política russa na Ucrânia.
Para a presidente lituana, Dalia Grybauskaite, o assassinato de Boris Nemtsov mostrou que a Rússia "mergulha no terrível horror contra seu próprio povo".