O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, anunciou nesta terça-feira que a Alemanha destinará mais seis bilhões de euros ano que vem para atender em diferentes frentes a atual avalanche de refugiados que está chegando ao país.
Esse valor aumenta as verbas de reforço das forças de segurança aos cursos de idioma, passa pela atenção primária aos peticionários de asilo, disse o ministro ao Bundestag (a câmara dos deputados alemã) na primeira leitura dos orçamentos federais para 2016.
A Alemanha, que espera receber neste ano o número recorde de 800 mil refugiados, segundo as últimas estimativas do Executivo, considera uma "absoluta prioridade" cumprir esta tarefa, disse Schäuble.
Além disso, ressaltou o ministro das Finanças, a Alemanha está disposta a enfrentar este "desafio" sem incorrer em novas dívidas graças ao "consequente saneamento do orçamento nacional nos últimos anos".
Trata-se, em um primeiro lugar, de habilitar 100 mil novas vagas para alojar novos peticionários de asilo em condições razoáveis para o inverno e assistir os refugiados em suas necessidades básicas.
Um segundo ponto chave para Schäuble é a tramitação dos pedidos de asilo. Serão mais três mil funcionários que trabalham neste processo e policiais envolvidos.
Além disso, haverá uma fatia do orçamento para o processo de devolução para quem tiver o pedido de asilo negado, além do apoio financeiro para a integração dos que obtiverem permissão para viver na Alemanha.
Para eles, o Ministério de Finanças previu recursos federais tanto para cursos de língua alemã como em ajudas para que os adultos possam entrar no mercado de trabalho e para que os menores passaem a frequentar o mais rápido possível o colégio.
"A tarefa é agora e temos que financiá-la agora e, se é possível, sem novas dívidas. Para isto é preciso reestruturar o orçamento", indicou Schäuble, dando a entender que outras verbas foram cortadas para dotar financeiramente as relativas aos refugiados sem alterar o compromisso governamental do "déficit zero".
A integração de milhares pessoas de cultura e religião diferentes, e com experiências traumáticas nas costas, é "um desafio que ninguém deve menosprezar", afirmou o ministro, que considerou no entanto que a Alemanha pode "aproveitar esta oportunidade" para sua própria evolução.
Neste mesmo sentido, o presidente do Bundestag, o também democrata-cristão Norbert Lammert, afirmou ao abrir o debate orçamentário que "este grande desafio humanitário, político e cultural mudará a Alemanha".