Lon Snowden, o pai do ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, refugiado na Rússia após ter denunciado uma trama de espionagem dos serviços secretos de seu país, chegou nesta quinta-feira a Moscou para visitar seu filho, informou a televisão russa.
No aeroporto, Lon foi recebido pelo advogado russo Anatoli Kucherena, assessor legal do ex-técnico da CIA, que é requerido pela justiça de seu país.
"Não tenho certeza se meu filho vai poder voltar aos Estados Unidos algum dia", disse à imprensa Lon Snowden em sua chegada na capital russa, segundo a agência Interfax.
Lon afirmou que veio até a Rússia na condição de hóspede de Kucherena e expressou sua gratidão ao advogado pela assessoria legal que vem prestando a seu filho.
"Não quero falar de aspectos jurídicos. Isso é tema para o advogado Kucherena. O que quero é que meu filho esteja seguro e em liberdade", acrescentou.
Kucherena, por sua vez, pediu desculpas e compreensão à imprensa pelas poucas palavras do pai de Snowden, pois seu convidado havia feito um longo e cansativo voo.
"Ele precisa descansar. Depois faremos planos", disse Kucherena, que anunciou que em breve oferecerá uma entrevista coletiva.
O ex-técnico da NSA, que obteve asilo temporário na Rússia em agosto, vive em local desconhecido.
Kucherena declarou recentemente que seu representado se encontra em perigo e, por isso, são tomadas precauções quando ele sai à rua.
"Tenho informação que, por enquanto, não posso revelar, indicando que o nível de perigo é muito alto", assegurou o advogado em entrevista à revista russa "Itogui", pois se acredita que Snowden é procurado por seus antigos colegas dos serviços secretos.
O ex-técnico chegou a Moscou no dia 23 de junho, em um voo procedente de Hong Kong, após ter revelado a trama de espionagem, mas não pôde seguir viagem para a América Latina porque os Estados Unidos cancelaram todos os seus documentos.
Mais de um mês depois, obteve asilo por um ano na Rússia, o que gerou uma grave crise diplomática entre Washington e Moscou e levou, inclusive, ao cancelamento por parte do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de uma reunião com seu colega russo, Vladimir Putin.