O Papa Francisco defendeu nesta segunda-feira a "coexistência pacífica", o "diálogo" e a "negociação" no Egito, ao receber no Vaticano o presidente Abdel Fatah al Sissi.
O presidente egípcio iniciou nesta segunda-feira sua primeira visita oficial à Europa, onde se reunirá ainda com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, antes de seguir para a França.
Segundo um comunicado da Santa Sé, durante o encontro "cordial", realizado na biblioteca privada do Palácio Apostólico, se abordaram temas como a liberdade religiosa e o Papa defendeu o diálogo e a negociação como "única opção" para se resolver os conflitos em toda a região.
Os dois líderes reconheceram que é preciso "reforçar a coexistência pacífica entre todos os elementos da sociedade".
"A Igreja Católica está próxima de todo o povo egípcio, durante o curso do período de transição política", destaca o comunicado.
O Papa "manifestou seu desejo de que, com base nas garantias previstas na nova Constituição no âmbito dos direitos humanos e da liberdade religiosa, se possa reforçar a coexistência pacífica entre todos os elementos da sociedade e se prosseguir no caminho do diálogo interreligioso".
Francisco e Sissi também "analisaram alguns temas de interesse comum, com particular atenção para o papel do Egito na promoção da estabilidade no Oriente Médio e no norte da África", onde "o caminho do diálogo e da negociação é a única opção para se acabar com os conflitos e a violência que colocam em risco a população e causam perdas de vidas".
Horas após o encontro, as autoridades no Cairo anunciaram a detenção de cinco dirigentes salafistas, cujo grupo convocou uma manifestação contra o Exército para a próxima sexta-feira.
As prisões ocorreram em Madinat Nasser, a leste do Cairo, e os detidos são "dirigentes" que "planejavam atos de revolta, anarquia e violência para esta sexta-feira".
A Frente Salafista confirmou no Facebook que cinco de seus dirigentes foram detidos, mas manteve a convocação das manifestações de sexta, para comemorar o terceiro aniversário dos protestos contra os militares, que em novembro de 2011 deixaram cerca de 40 mortos.