O Papa Francisco denunciou nesta quarta-feira a continuação da "violência sem sentido" e as "situações dramáticas" dos cristãos em várias partes do mundo, pedindo "uma mobilização das consciências" dos políticos em todos os níveis.
"Tenho assistido com uma grande tristeza as situações dramáticas dos cristãos em diferentes partes do mundo, onde são perseguidos e mortos por causa de sua fé religiosa", declarou Jorge Bergoglio ao final da audiência geral de quarta-feira na Praça de São Pedro.
"Sinto a necessidade de expressar a minha proximidade espiritual profunda com as comunidades cristãs duramente atingidas pela violência sem sentido que parece não ter fim".
Ele, então, pediu "uma ampla mobilização das consciências" daqueles "que têm responsabilidades a nível local e internacional, e a todas as pessoas de boa vontade."
Recentemente, o assassinato de um casal cristão queimado por "blasfêmia" por uma multidão no Paquistão comoveu profundamente a comunidade internacional.
Os cristãos "têm o direito de regressar ao seu próprio país em segurança e serenidade, e professar livremente a sua fé", insistiu o Papa.
Em um relatório bienal, a organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), relatou recentemente que "os cristãos são a minoria religiosa mais perseguida, em parte por causa de sua grande dispersão geográfica e número relativamente elevado".
O relatório desta fundação internacional de direito pontifício fala sobre todas as religiões e salienta que a liberdade religiosa sofreu um "grave declínio" entre 2012 e 2014, com obstáculos constatados em 81 países e uma deterioração em 55 outros.
O relatório apontou 14 países que "vivem situações de perseguição religiosa ligadas ao extremismo muçulmano": Afeganistão, República Centro Africana, Egito, Irã, Iraque, Líbia, Maldivas, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.
A EDA tinha aponta o Iraque, onde os cristãos têm de fugir por causa do avanço do grupo Estado Islâmico (EI), mas também a Nigéria, com os abusos do grupo islâmico Boko Haram.