Papa Francisco critica "o poder, o luxo e o dinheiro" e defende a partilha

4 fev 2014 - 11h57
(atualizado às 12h00)
Papa Francisco
Papa Francisco
Foto: Reuters

O papa Francisco voltou nesta terça-feira a criticar o "o poder, o luxo e o dinheiro que se transformam em ídolos" e que impedem a "distribuição justa das riquezas" e convidou os católicos à sobriedade e a compartilhar.

É o que se lê na mensagem do papa argentino para a Quaresma - o período anterior à Semana Santa - que foi apresentado hoje pelo Vaticano e cujo tema principal é a pobreza material e espiritual.

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"Quando o poder, o luxo e o dinheiro se transformam em ídolos, se antepõem à exigência de uma distribuição justa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se transformem à justiça, à igualdade, à sobriedade e ao compartilhar".

Além disso, Francisco expressou sua preocupação com a que chamou miséria moral, e que "consiste em se tornar escravo do vício e do pecado".

"Quantas famílias vivem angustiadas porque algum de seus membros - frequentemente jovem - tem dependência do álcool, das drogas, do jogo ou da pornografia!", lamentou o pontífice de Buenos Aires.

Francisco também denunciou que tantas pessoas "se vejam obrigadas a viver essa miséria por condições sociais injustas, por falta de um trabalho, o que lhes priva da dignidade que dá levar o pão a casa, por falta de igualdade e respeito aos direitos à educação e à saúde".

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"Nesses casos a miséria moral bem poderia se chamar suicídio incipiente. Essa forma de miséria, que também é causa de ruína econômica, sempre vai de mãos dadas com a miséria espiritual, que vivemos quando nos afastamos de Deus e rejeitamos seu amor".

O papa concluiu que "o Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual" e então pediu aos católicos "seguir e imitar Jesus, que foi em busca dos pobres e dos pecadores como o pastor com a ovelha perdida, e o fez cheio de amor. Unidos a Ele, podemos abrir com coragem novos caminhos de evangelização e promoção humana."

Para o papa, a Quaresma é adequada para "nos perguntarmos de que podemos nos privar a fim de ajudar e enriquecer outros com nossa pobreza."

O pontífice destacou que, no entanto, que "a verdadeira pobreza dói" e que "não é válido um despojamento sem essa dimensão penitencial".

"Desconfio da esmola que não custa e não dói", afirmou.

  
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