O papa Francisco receberá na próxima segunda-feira, pela primeira vez no Vaticano, seis vítimas de padres pedófilos, todos europeus, informaram fontes religiosas nesta quinta-feira.
O Papa se reunirá em sua residência privada, a Casa Santa Marta, com dois britânicos, dois alemães e dois irlandeses, que sofreram abusos sexuais por parte de religiosos.
As vítimas assistirão à missa matutina que o papa argentino oficializa na capela de sua residência, e depois se reunirão em particular com ele.
Os nomes das pessoas não serão divulgados à imprensa.
O papa Francisco prometeu acabar com os abusos na Igreja Católica e reiterou, como seus antecessores, que haveria tolerância zero.
No ano passado, as leis do Vaticano foram intensificadas castigando com até 12 anos de prisão os atos sexuais com crianças, a prostituição e a pornografia infantil.
No último dia 27, o ex-núncio apostólico (embaixador do Papa) na República Dominicana, o polonês Jozef Wesolowski, foi obrigado a largar a batina depois de ser acusado de pedofilia.
Esta foi a primeira vez que o Vaticano expulsou do sacerdócio um de seus embaixadores julgado por pedofilia em virtude das emendas no código penal da Santa Sé implementadas no ano passado.
As autoridades vaticanas informaram no início do ano, em uma reunião com a ONU, que os fiscais do Código de Direito Canônico haviam tratado de 3.420 casos de abusos sexuais com menores na última década.
Desses julgamentos, 848 padres foram obrigados a largar a batina e os 2.572 restantes simplesmente tiveram de optar por "uma vida de oração e penitência" em um mosteiro.