Papa pede que bispos ucranianos não se envolvam em política

Igrejas ligadas a Roma apoiam esmagadoramente o governo de Kiev em seu conflito contra os separatistas

20 fev 2015 - 12h24
(atualizado às 14h46)
<p>Papa não mencionou a política do presidente russo, Vladimir Putin, mas lembrou o peso da história</p>
Papa não mencionou a política do presidente russo, Vladimir Putin, mas lembrou o peso da história
Foto: EFE en español

O Papa Francisco pediu na sexta-feira aos bispos católicos ucranianos que evitem "promover uma ação política concreta", e que se concentrem em aliviar "os dramas humanos", sem condenar explicitamente a atitude da Rússia no conflito.

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"Em nível nacional, vocês têm o direito de expressar seus pensamentos sobre o destino de seu país. Não para promover uma ação política concreta, mas na reafirmação dos valores que constituem o elemento unificador da sociedade ucraniana", declarou o Papa a trinta bispos das Igrejas greco-católica e católica latina recebidos no Vaticano.

Essas Igrejas ligadas a Roma apoiam esmagadoramente o governo de Kiev em seu conflito contra os separatistas, de maioria ortodoxa e apoiados por Moscou.

Muitos de seus líderes são muito críticos vis-à-vis o Vaticano, considerando insuficiente o apoio recebido pelo o que eles vêem como uma agressão russa contra a unidade ucraniana.

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Ao receber os bispos dessas Igrejas por ocasião da visita "ad limina" na Santa Sé, o Papa não mencionou a política do presidente russo, Vladimir Putin, mas lembrou o peso da história. Os católicos ucranianos foram muito perseguidos sob a União Soviética, muitas vezes com o apoio da ortodoxia russa.

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"Eu conheço os acontecimentos históricos que marcaram a sua terra e que estão presentes na memória coletiva", disse o pontífice argentino.

"Essas são questões que têm, em parte, uma base política, às quais vocês não são chamados a dar uma resposta direta. Mas também existem realidades sócio-culturais e tragédias humanas que aguardam a sua ação direta e positiva", acrescentou.

O Papa renovou seu apelo a "todas as partes interessadas, a fim de que os acordos sejam implementados e que o princípio do direito internacional seja respeitado".

Precisamos, "em particular, que o cessar-fogo assinado recentemente (em Minsk) seja cumprido, e que seja aplicado todos os outros compromissos, que são condições para evitar a retomada das hostilidades", insistiu.

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