O papa Francisco pediu nesta quarta-feira, durante um encontro com os participantes de um curso sobre Justiça Canônica, promovido pelo Tribunal da Rota Romana, na Cidade do Vaticano, rapidez à Igreja nos processos de nulidade matrimonial e defendeu sua gratuidade, informou a Santa Sé.
"Há tanta gente que precisa de uma palavra da Igreja sobre sua situação matrimonial, para o 'sim' ou para o 'não', mas que seja justa. Alguns processos são tão longos ou tão pesados que não favorecem e o povo acaba deixando", ressaltou Francisco.
Ele também falou dos deslocamentos que geram dificuldades aos que esperam um pronunciamento. O papa usou como exemplo o Tribunal interdiocesano de Buenos Aires (Argentina), lembrando que possui 15 dioceses, uma inclusive, localizada a 240 quilômetros.
"É impossível imaginar que pessoas simples, normais, vão ao Tribunal. Têm de fazer uma viagem, perder dias de trabalho, salário, tantas coisas. A Igreja tem que fazer justiça e dizer: 'Sim, é verdade, seu casamento é nulo' ou 'Não, seu casamento é válido'. Mas a justiça é dizê-lo", afirmou o papa.
Durante o Sínodo Extraordinário sobre a Família, realizado em outubro no Vaticano, "houve propostas sobre a gratuidade que devem ser analisadas", comentou Francisco.
"A Mãe Igreja é tão generosa que pode fazer justiça gratuitamente, como gratuitamente fomos perdoados por Jesus Cristo", concluiu.