O Parlamento da Alemanha celebrou na manhã desta sexta-feira o aniversário de 25 anos da queda do Muro de Berlim, que será comemorado no próximo domingo (9). Em seu pronunciamento, o presidente do Congresso, Norbert Lammert, disse que esse momento histórico não foi um milagre, mas sim "consequência de uma revolução pacífica sem precedentes, e não apenas na história alemã".
Após ele, vários deputados pediram a palavra para recordar os fatos ocorridos naquele dia 9 de novembro de 1989, que marcou simbolicamente o fim da Guerra Fria. A sessão também contou com a presença do cantor Wolf Biermann, famoso dissidente da antiga Alemanha Oriental que perdera sua cidadania do lado comunista em 1976.
Com uma guitarra nas mãos, o músico atacou em tons ásperos o partido Die Linke, formação de extrema-esquerda em crescimento em algumas regiões do país. Segundo Biermann, a legenda é um "miserável resíduo de tudo aquilo que, felizmente, foi superado".
A resposta do conservador Lammert foi imediata. "Quando for eleito ao Parlamento, poderá tomar a palavra, agora você está aqui para cantar", disse. O cantor retrucou que não perdera o hábito de se pronunciar nem quando vivia na Alemanha Oriental.
"Certamente não o farei hoje", acrescentou, antes de entoar uma canção chamada "Ermutigung", que significa "Encorajamento" em português.
Gorbachev
Em Berlim para as comemorações dos 25 anos da queda do Muro, o último líder soviético, Mikhail Gorbachev, disse que é positivo para os povos da Alemanha e da Rússia que os dois países se entendam, em referência implícita à crise na Ucrânia.
"Devemos sempre pensar nas lições da história. Não podemos perder o momento para melhorar as relações", afirmou.