Os responsáveis dos três principais serviços secretos britânicos comparecerão no próximo mês pela primeira vez em público perante o Parlamento para explicar suas atividades, informou nesta quinta-feira o Comitê de Inteligência.
Os diretores do serviço de escutas GCHQ, Ian Lobban; dos serviços de contra-espionagem MI5, Andrew Parker, e dos serviços de espionagem MI6, John Sawers, serão interpelados pelo Comitê de Inteligência no dia 7 de novembro, em sessão que será transmitida pela televisão.
A convocação acontece em meio à polêmica internacional pelas supostas atividades de espionagem dos EUA reveladas pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA), Edward Snowden,
De acordo com o comitê parlamentar, esta convocação ajudará a conhecer mais sobre o mundo da espionagem e das agências de inteligência para proteger o Reino Unido.
"Isto representa um grande passo quanto à abertura e transparência das agências. O comitê questionará os responsáveis das agências sobre o trabalho, suas atuais prioridades e as ameaças contra o Reino Unido", explicou o comitê, liderado pelo deputado conservador e ex-ministro das Relações Exteriores Malcolm Rifkind.
Entre os assuntos que serão abordados estão a ameaça terrorista, a instabilidade regional e a proliferação de armas, assim como a segurança informática e a espionagem.
No entanto, o comitê ressalta que, por se tratar de uma sessão televisionada, alguns detalhes do trabalho dos serviços, como técnicas de espionagem, não serão revelados por razões de segurança.
Apesar da transmissão ao vivo, a emissão terá alguns minutos de atraso caso alguém faça uma menção a algo que possa pôr em perigo a segurança nacional ou a de pessoas que trabalham para os serviços de inteligência, explicou o comitê.
As revelações de Edward Snowden, publicadas pelo jornal "The Guardian" e outros meios de imprensa, causaram uma grande polêmica ao revelar a suposta colaboração do centro de escutas britânico com os EUA.
Snowden, que está refugiado na Rússia, revelou o alcance das supostas escutas da Agência Nacional de Segurança dos EUA a celulares e e-mails de milhões de pessoas.