O Parlamento catalão aprovou, em votação secreta, a resolução que declara a independência da região nesta sexta-feira (27). Foram 70 votos a favor, 10 contrários e dois em branco, em uma votação que contou com a abstenção dos membros das siglas contrárias ao processo de separação.
"Constituímos a República Catalã como Estado independente e soberano de direito democrático e social", dizia o texto apresentado pela manhã.
Milhares de pessoas comemoraram o resultado do lado de fora do Parlamento local, onde já foi possível ouvir o hino "Els Segadors".
Com isso, a Casa abriu o "processo constituinte" da República e decidiu que entrará em vigor a "lei de transição jurídica e de fundação da República".
O rompimento unilateral já era esperado após o presidente da região, Carles Puigdemont, desistir da ideia de convocar novas eleições para a Catalunha para tentar amenizar a crise com Madri.
Através do Twitter, o premier espanhol, Mariano Rajoy, pediu "tranquilidade" para os espanhóis e afirmou que "o Estado de Direito restaurará a legalidade na Catalunha".
A votação no Parlamento local ocorre no mesmo dia em que o Senado espanhol está analisando a ativação do artigo 155, que retirará temporariamente a autonomia da região e destituirá os atuais líderes.
Mais cedo, Rajoy pediu o apoio dos senadores para aprovar a medida e convocar as eleições em até "seis meses" para a região.
A crise com os defensores da independência regional se agravou com a realização de um referendo separatista no dia 1º de outubro. De acordo com o governo catalão, mais de 90% dos votantes aprovou a separação.
No entanto, todas as instâncias judiciais de Madri consideraram a votação ilegal e informaram que o referendo não tem nenhum efeito. Desde então, a queda de braço entre os líderes de ambos os lados se intensificou com situações que foram desde trocas públicas de ameaças até a prisão de diversas pessoas que ajudaram a organizar o referendo.