Um pedaço de aço desalojado que deveria unir duas faixas em um cruzamento poderia explicar o descarrilamento de um trem que matou pelo menos seis pessoas e deixou 30 pessoas feridas na França na noite de sexta-feira, disse um operador operador de trem francês da SNCF.
Pierre Izard, chefe dos serviços de infraestrutura na SNCF, disse neste sábado que a peça que foi aparafusado na pista havia se deslocada para "o meio do cruzamento", impedindo a passagem do material circulante. A SNCF comprometeu-se a verificar o estado de cerca de 5 mil cruzamentos semelhantes em toda a rede ferroviária francesa.
O ministro de Transportes da França, Frédéric Cuvillier, descartou neste sábado que um erro do condutor tenha causado o acidente. "Não é por erro humano", afirmou Cuvillier em entrevista à emissora de rádio RTL, na qual chegou a exaltar o trabalho do condutor da locomotiva.
"Ele teve reflexos absolutamente extraordinários ao ativar o alerta imediatamente, o que evitou a colisão com um trem que vinha em sentido inverso e que, por poucos segundos, teria se chocado com os vagões que descarrilaram", explicou o ministro.
De acordo com Cuvillier, os investigadores devem verificar tanto o trem como a infraestrutura fixa, e em particular a zona de transição das linhas, a cerca de 200 metros da entrada da estação de Bretigny-sur-Orge, onde ocorreu o descarrilamento.
O ministro também confirmou que durante a noite não foram encontradas novas vítimas entre os vagões que tombaram e que, desta forma, os números oficiais seguem em seis mortos e 30 feridos, dos quais oito se encontram em estado grave.
Nesta manhã, os trabalhos de resgate com guindastes, para comprovar que nenhuma pessoa tinha ficado entre as ferragens, seguiam intensos. Segundo as primeiras conclusões apresentadas ontem à noite pela companhia ferroviária SNCF, o trem Paris-Limoges que tinha saído da estação de Austerlitz da capital francesa saiu dos trilhos em Bretigny-sur-Orge às 17h14, mas não por uma velocidade excessiva, já que a locomotiva circulava a 137 km/h em um lance em que é permitido até 150 km/h.
Outro trem similar tinha passado por essa mesma via a meia hora antes sem que houvesse nenhuma indicação de problemas no ponto de transição, que tinha sido objeto de uma revisão no último dia 4 de julho.
Cuvillier insistiu hoje na transparência das três investigações que estão sendo realizadas paralelamente pela justiça, Ministério de Transportes e a Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF). Até o momento, a linha Paris-Limoges-Toulouse segue fechada.
Com informações da EFE