O Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) interceptou nesta terça-feira na sede do governo de Belfast uma carta-bomba destinada à ministra britânica para a província, Theresa Villiers, um fato que chegou a causar o despejo parcial do edifício.
Segundo um porta-voz da PSNI, agentes do Exército britânico ainda examinam o artefato, qualificado de "viável" e que foi encontrado no Castelo de Stormont, a sede da Assembleia autônoma da Irlanda do Norte, situada nos arredores de Belfast.
O alerta de segurança fez com que os agentes evacuassem os escritórios do ministro principal, o unionista Peter Robinson, e de seu adjunto no governo de poder compartilhado, o nacionalista Martin McGuinness, acrescentou a fonte.
Embora não tenha causado nenhum transtorno maior, o fato de hoje não é visto como algo isolado, já que, na última sexta-feira, as forças de ordem interceptaram duas cartas-bombas destinadas a dois altos comandantes do corpo, incluindo seu líder, Matt Baggott. Na ocasião, a ação foi atribuída aos dissidentes do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA).
Ontem, outra carta-bomba foi encontrada na sede da promotoria norte-irlandesa na cidade de Derry, ao oeste da província britânica.
Theresa Villiers se encontra em Londres para se reunir com o diplomata americano Richard Haass, quem, desde setembro, modera uma rodada de conversas com os partidos norte-irlandeses destinada a abordar os problemas que afetam o processo de paz.
Estas últimas ações terroristas confirmam as recentes análises do Ministério britânico de Justiça e Interior, que classifica como "grave" a ameaça das cisões do IRA opostas ao processo democrático na Irlanda do Norte.
Além da campanha de cartas-bomba, os dissidentes também protagonizaram na última semana vários ataques com artefatos de fabricação caseira contra veículos da PSNI.
Na ocasião, o "número dois" da PSNI, Will Kerr, assegurou que todos estes ataques estavam planejados para "assassinar policiais".
Já a ministra Theresa Villiers, que hoje era um dos alvos dos extremistas, afirmou que os ataques demonstram a natureza "insensível e irresponsável" de seus integrantes, que, segundo ela, não têm "apoio algum" entre sua comunidade.