O prefeito de centro-esquerda de Roma reconheceu neste sábado a validade de 16 casamentos gays realizados fora da Itália, provocando a irada do ministro do Interior e da Igreja Católica Romana do país.
"Hoje é um dia esplêndido", disse o prefeito Ignazio Marino na prefeitura de Roma onde registrou o casamento de 11 casais do sexo masculino e seis do sexo feminino.
Embora o casamento gay seja ilegal na Itália, algumas cidades têm permitido que casais homossexuais casados legalmente em outros países registrem suas uniões em prefeituras, quando retornam, assim como fazem casais heterossexuais que se casam fora da Itália.
O reconhecimento é importante porque pode ajudar um parceiro herdar a propriedade do outro e afeta benefícios para a saúde, seguros e pensões.
A questão é altamente polêmica num país onde a Igreja tem considerável influência sobre a política, e divide o governo de coalizão de esquerda-direita do primeiro-ministro Matteo Renzi.
Uma pesquisa feita no ano passado mostrou o casamento gay foi apoiada por apenas um quarto da população da Itália. A mesma pesquisa mostrou que mais de 85 por cento apoiaram o reconhecimento das chamadas "uniões civis" para dar parceiros do mesmo sexo mais direitos.
Maurizio Gasparri, um senador do partido de oposição Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse que Marino estava "desafiando a lei" e deveria renunciar.
A Conferência Episcopal da Itália, associação nacional dos bispos, emitiu um comunicado em tons semelhantes.
"Tal presunção arbitrária, colocada em exposição aqui em Roma, agora, é inaceitável", disse, em uma aparente referência a uma grande assembléia de bispos de todo o mundo que aconteceu no Vaticano nas duass últimas semanas.
Um pequeno grupo de manifestantes fora da prefeitura gritava "vergonha" e "palhaços" e levantou cartazes dizendo "Não ao casamento gay."
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