Militares anunciam tomada de poder e lei marcial na Turquia

Premiê confirma que golpe está em ação; Al Jazeera anuncia que aeroporto de Istambul está fechado

15 jul 2016 - 17h14
(atualizado às 19h14)
Soldados turcos bloquear a ponte 'Bosphorus Brigde' em Istambul.
Soldados turcos bloquear a ponte 'Bosphorus Brigde' em Istambul.
Foto: Gokhan Tan / Getty Images

O Exército da Turquia informou, em comunicado, que assumiu o poder em todo o país nesta sexta-feira e declarou lei marcial.  "O Exército assumiu totalmente (o poder) para restaurar a democracia... Todos os acordos internacionais serão vigentes. Esperamos manter nossas boas relações com todos os países", diz a nota do Estado-Maior.

Os militares que tomaram o poder declararam lei marcial, que na prática, suspende as liberdades fundamentais das pessoas, veta manifestações, censura opiniões e restringe o direito de ir e vir. Também foi decretado um toque de recolher e bloqueado o acesso às redes sociais.

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O Exército da Turquia anunciou também que será preparada um nova Constituição assim que o golpe de Estado no país for concluído. Segundo a imprensa turca, o presidente Erdogan estaria a caminho da aeroporto, mas de acordo com a CNN, se encontra a salvo.  

Erdogan foi primeiro-ministro até 2014, mas no fim de seu mandato foi eleito presidente, mantendo o poder em suas mãos, apesar de a Turquia ser parlamentarista. Nos últimos meses, vinha tentando emplacar uma mudança para o regime presidencialista, o que lhe daria ainda mais força. 

Pontes de Istambul sobre o estreito que separa os lados europeu e asiático da cidade foram fechadas ao tráfego.
Foto: Gokhan Tan / Getty Images

Por outro lado, a agência de notícias Anadolu afirma que o chefe do Estado-Maior, general Hulusi Akar, foi tomado como refém por um grupo de soldados.

O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, afirmou em entrevista à rede de televisão NTV que há um aparente golpe militar em andamento nesta sexta-feira na capital do país, Ancara. "Há probabilidade de um levante militar", disse Yildirim, descartando que a ação possa ter sucesso. "Trata-se de um grupo dentro do Exército que se insurgiu", disse o chefe do governo, admitindo que os militares em questão haviam "cercado alguns edifícios importantes".

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Militares ocupam locais estratégicos na Turquia
Foto: Gokhan Tan / Getty Images

Yildirim também garantiu que os responsáveis pela ação serão punidos. "Aqueles que o fizeram pagarão um alto preço. Não faremos concessões na democracia", prometeu Yildirim.

A agência de notícias turca Dogan afirmou que várias ambulâncias tinham ido ao quartel central do Estado-Maior onde, segundo testemunhas, foram ouvidos vários tiros.

Segundo o portal de notícias T24, o prédio onde fica o comando dos serviços secretos turcos tinha sido atingido por disparos feitos por um helicóptero. Um grande contingente de polícia está nas ruas de Ancara e fechou os acessos à praça de Kizilay, uma das principais da capital.

Além disso, policiais fecharam as duas pontes sobre o Bósforo em Istambul, impedindo o tráfego da parte asiática à europeia da cidade, informou a rede de televisão NTV. Ainda segundo a emissora, tanques foram enviados para as proximidades do aeroporto internacional de Istambul.

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Soldados ocupam estreito que separa os lados europeu e asiático da cidade de Istambul
Foto: Gokhan Tan / Getty Images

Golpe Militar na Turquia

Inesperados movimentos de tropas em Ancara e voos rasantes de aviões militares sobre a capital criaram apreensão nesta sexta-feira na população, sem que ainda sejam conhecidos os motivos desta ação militar.

Testemunhas disseram à Agência Efe que foram ouvidos disparos perto do quartel do Estado-Maior, o que não foi confirmado por fontes oficiais.

Unidades militares fecharam completamente o tráfego nas duas pontes de Istambul que ligam a parte europeia da cidade com a parte asiática, informou a rede de televisão CNNTÜRK.

Com informações da Ansa.

  
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