Premiê russo promete privilégio econômico à Crimeia

Durante visita à região recém-anexada, o primeiro-ministro da Rússia prometeu transformar Crimeia em zona econômica especial

31 mar 2014 - 11h29
(atualizado às 11h36)
O primeiro-ministro russo visitou escolas durante sua visita à Crimeia nesta segunda-feira. Ele prometeu vantagens econômicas
O primeiro-ministro russo visitou escolas durante sua visita à Crimeia nesta segunda-feira. Ele prometeu vantagens econômicas
Foto: Reuters

O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, anunciou planos para transformar a Crimeia em uma zona econômica especial da Rússia, apesar da pressão ocidental para que Moscou devolva a península à Ucrânia. Nesta segunda-feira, o premiê ostentou o controle da Rússia sobre a Crimeia ao desembarcar na região recém-anexada.  

A visita, ocorrida horas após uma reunião entre Rússia e EUA a respeito da Ucrânia, deve irritar Kiev e o Ocidente, que acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de se apropriar ilegalmente da Crimeia depois de um referendo em 16 de março.

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Logo depois de pousar na principal cidade crimeana, Simferopol, Medvedev fez uma reunião de governo com vários ministros que o acompanhavam, apresentando propostas para estimular a precária economia da região.

"Nosso objetivo é tornar a península atraente para possíveis investidores, para que ela possa gerar renda suficiente para o seu próprio desenvolvimento. Há oportunidades para isso -- levamos tudo em consideração", disse ele na reunião, transmitida pela TV, com bandeiras da Rússia atrás da sua mesa.

"Então decidimos criar uma zona econômica especial aqui. Isso permitirá o uso de regimes tributários e alfandegários especiais na Crimeia, e também minimizará os procedimentos administrativos."

Deixando claro que a Rússia não tem a intenção de devolver a Crimeia, Medvedev apresentou medidas para elevar os salários dos 140 mil funcionários públicos, transformar a região em polo turístico, proteger as ligações energéticas da Rússia com a península e melhorar estradas, ferrovias e aeroportos.

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A Rússia assumiu o controle da Crimeia --região com predomínio étnico russo-- depois que uma rebelião popular levou à destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, um político pró-Moscou.

Medvedev chegou a Simferopol horas depois de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reunir em Paris com o chanceler russo, Sergei Lavrov, na noite de domingo, reiterando que Washington considera "ilegal e ilegítima" a anexação da Crimeia pela Rússia.

Os EUA e a União Europeia já impuseram sanções a autoridades russas e ameaçam adotar medidas punitivas contra o país.

A absorção da Crimeia e de seus 2 milhões de habitantes cria um ônus adicional para a Rússia, que tem problemas de baixo crescimento econômico, inflação, moeda fraca e uma excepcional fuga de capitais neste ano.

Mas as declarações de Medvedev indicam que o Kremlin espera que a Crimeia se torne rapidamente autossuficiente. O premiê disse ver "perspectivas colossais" para o turismo na península do mar Negro.

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Na semana passada, o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, disse que a Rússia vai gastar até 243 bilhões de rublos (6,82 milhões de dólares) na Crimeia neste ano, verba que virá da reserva orçamentária.

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