Terminaram no sábado (10) as reuniões partidárias que o presidente da Itália, Sergio Mattarella, conduziu ao longo de três dias para tentar formar um novo governo, após a renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi. Hoje foi a vez de Mattarella receber no Palácio do Quirinale, em Roma, o ex-premier e líder do Partido Força Itália (FI), Silvio Berlusconi, e os representantes do Partido Democrático (PD), de Renzi, que deixou o cargo após ser derrotado em um referendo de reforma constitucional.
"Apresentamos ao presidente aquela que achamos a única via possível para prosseguirmos com os compromissos políticos: a aprovação em tempo recorde de uma nova lei eleitoral", disse Berlusconi. "O FI não apoiará um governo de grande coalizão, cabe ao PD apoiar um governo para até o final desta legislatura", afirmou.
A Itália sofre um impasse para a formação do novo governo. Isso porque a oposição exige novas eleições, mas a lei eleitoral do país foi declarada inconstitucional. Para isto, a Itália precisa de um governo que prossiga com o compromisso de aprovar a nova legislação para, então, marcar o pleito. Já a legenda de Renzi, o Partido Democrático, disse estar "disponível para apoiar a solução mais oportuna para a crise".
Isso poderia implicar na volta de Renzi ao poder ou na indicação do nome do ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, ao posto, possibilidade que ganhou força nas conversas de Mattarella com os partidos italianos. O opositor Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante Beppe Grillo, defendeu que o governo do PD vigore até a votação final da lei eleitoral e que, em seguida, seja convocada a nova eleição.
"Pedimos a Mattarella para garantir o percurso institucional mais rápido para ir à eleição, com a nova lei eleitoral que será certificada pela Corte Constitucional", disse o partido. "Espero que o clima possa se articular e prosseguir com uma relação dialética, como é necessário para nossa democracia, mas serena e construtiva", disse Mattarella, ao fim das consultas.
"O nosso país precisa, logo, de um governo com plenitude de suas funções", acrescentou. "Nas próximas horas, analisarei o que saiu destas conversas e tomarei a decisão necessária para a solução da crise de governo", prometeu o presidente da Itália.