Presidente e oposição concordam com trégua e início de negociações na Ucrânia

Yanukovich também concordou com "o início de negociações com o objetivo de acabar com o derramamento de sangue

19 fev 2014 - 18h23
(atualizado às 18h34)

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, disse nesta quarta-feira, 19, que chegou a um acordo de "trégua" com os líderes da oposição, depois que a violência de rua matou pelo menos 26 pessoas, e sobre o início das negociações para acabar com o derramamento de sangue no país.

Milhares de manifestantes permaneciam próximos ao Parlamento ucraniano na manhã desta quarta-feira
Milhares de manifestantes permaneciam próximos ao Parlamento ucraniano na manhã desta quarta-feira
Foto: Reuters

Um comunicado no site presidencial afirmou que, durante as negociações com os três principais líderes da oposição, Yanukovich concordou em primeiro lugar com uma trégua e, em segundo, com "o início de negociações com o objetivo de acabar com o derramamento de sangue e estabilizar a situação no Estado no interesse da paz social."

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Mais cedo, o governo ucraniano anunciou nesta quarta-feira, 19, uma série de medidas, no dia seguinte aos confrontos que deixaram pelo menos 26 mortos no centro de Kiev, incluindo uma mudança na cúpula das Forças Armadas e uma operação "antiterrorista" contra grupos radicais.

O presidente Viktor Yanukovytch substituiu o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, depois de ter lançado uma operação de combate ao "terrorismo" que concede amplos poderes aos militares.

Yanukovytch nomeou Yuri Ilyin, chefe do Estado-Maior, no lugar de Volodymyr Zamana, segundo o texto do decreto publicado no site da Presidência, que não apresenta o motivo dessa nomeação.

Anteriormente, serviços de segurança ucranianos (SBU) tinham anunciado o início de uma ampla operação contra o "terrorismo" no país, tendo como alvos "os grupos extremistas e radicais que ameaçam com suas ações a vida de milhões de ucranianos".

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Protestos sangrentos

As manifestações começaram em novembro, quando o governo decidiu repentinamente suspender as negociações de associação à UE e estreitar as relações econômicas com a Rússia.

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Em um discurso à nação exibido durante a madrugada após um encontro infrutífero com líderes da oposição, o presidente do país acusou os manifestantes de terem ultrapassado os limites ao defenderem a "luta armada" para assumir o poder.

Os confrontos começaram na terça-feira, 18, nas imediações do Parlamento. Durante a noite, as forças de segurança iniciaram uma ofensiva com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para desocupar a Praça da Independência.

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Mas na manhã desta quarta-feira, milhares de manifestantes permaneciam no local, diante das barreiras policiais.

Apesar das críticas da comunidade internacional, Yanukovytch havia exigido que os manifestantes abandonassem a praça, segundo os líderes da oposição após uma reunião na noite de terça.

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A violência ameaçou se alastrar para o restante da Ucrânia. Em Leopolis, reduto dos protestos no oeste do país, 5.000 manifestantes assumiram o controle das sedes do governo local e da Polícia, assim como de prédios militares e depósitos de armas.

Com informações da AFP

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