Presidente turco pede que Europa dê um fim à islamofobia

Erdogan pediu aos 28 membros da UE que revisem sua política em relação à Turquia, que espera há anos para ser membro do bloco

6 jan 2015 - 13h45
(atualizado às 14h05)
Presidente turco, Tayyp Erdogan, em foto de arquivo em Ancara. 22/07/2014
Presidente turco, Tayyp Erdogan, em foto de arquivo em Ancara. 22/07/2014
Foto: Umit Bektas / Reuters

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan exigiu nesta terça-feira que a União Europeia lute contra a islamofobia nas manifestações antimuçulmanas no continente invés de tentar dar lições à Turquia.

Em um discurso aos embaixadores turcos, Erdogan pediu aos 28 membros da UE que revisem sua política em relação à Turquia, que espera há anos para ser membro do bloco.

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"Acreditem, é lamentável que a UE tente dar lições à Turquia invés de enfrentar as ameaças que a espreitam", afirmou.

Erdogan denunciou que o racismo, a discriminação e a islamofobia são fenômenos crescentes na Europa.

"A islamofobia representa uma séria ameaça na Europa" afirmou.

"Se este assunto não for abordado de forma séria, e se o populismo cativa os políticos europeus, então a UE e os valores europeus ficarão sob suspeita", acrescentou o presidente islâmico-conservador turco.

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A manifestação contra a "islamização" da sociedade convocada na segunda-feira reuniu cerca de 18 mil pessoas na cidade de Dresden, no leste da Alemanha, um recorde desde o início desses protestos em outubro.

Crescem também as manifestações contra esses mesmos protestos.

Foi em Dresden, capital do estado federado da Saxônia, que surgiu, em outubro, o movimento Pegida (acrônimo em alemão de "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente"). A última mobilização foi três dias antes do Natal e juntou pelo menos 17.500 pessoas.

Apesar das mensagens de denúncia do movimento de quase todas as tendências políticas, incluindo a chanceler Angela Merkel, os manifestantes voltaram a entoar, nesta segunda-feira, o slogan "Nós somos o povo". Esse grito de ordem era usado em protestos na antiga RDA, antes da Queda do Muro de Berlim.

Enquanto isso, cerca de três mil pessoas se reuniram nessa mesma cidade em um contraprotesto, sob o lema "Venham, vamos falar, vamos atacar os problemas de verdade".

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No restante do país, o equilíbrio entre manifestantes contra "a islamização" e os contraprotestos se inverteu.

Em Berlim, pelo menos 300 pessoas se reuniram na frente da sede da prefeitura para expressar sua rejeição "à islamização", e outras cinco mil pessoas participaram da manifestação contra essas mobilizações.

Em Colônia (oeste), o protesto de Pegida reuniu centenas de pessoas, e milhares marcharam contra.

O movimento Pegida tem como eixo a luta contra "a islamização" do país, diante do temor de que jihadistas envolvidos com o Estado Islâmico possam entrar no país. Também critica a imigração em geral, os veículos de comunicação e as elites políticas.

Em seu discurso de final de ano, Merkel pediu aos alemães que não participem dessas manifestações, ressaltando que são organizadas por pessoas com o "coração" cheio de "preconceitos" e de "ódio".

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