Presidente ucraniano dissolve Parlamento e convoca eleições

Petro Poroshenko acusou alguns parlamentares de apoiarem separatistas pró-Rússia

25 ago 2014 - 21h17
<p>O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anuncia a dissolução do Parlamento, em Kiev, em 25 de agosto</p>
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anuncia a dissolução do Parlamento, em Kiev, em 25 de agosto
Foto: Mykola Lazarenko/Presidência/Divulgação / Reuters

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, dissolveu nesta segunda-feira o Parlamento e convocou novas eleições para 26 de outubro na Ucrânia, onde as forças do governo lutam contra os separatistas pró-russos no leste.

"Decidi dissolver os poderes do Parlamento de forma antecipada", anunciou a Presidência ucraniana em sua página na internet, acrescentando que "o novo Parlamento será eleito em 26 de outubro de 2014".

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A dissolução do Parlamento era esperada na Ucrânia desde a queda da coalizão governista há mais de um mês e a promessa de Poroshenko de convocar novas eleições nos próximos meses.

O presidente ucraniano declarou nesta segunda-feira que tinha o direito de dissolver o Parlamento, já que um mês se passou sem que uma nova coalizão fosse formada.

O presidente acusou nesta segunda-feira alguns parlamentares de apoiarem os separatistas pró-russos do leste do país, onde pelo menos 2.200 pessoas morreram nos últimos quatro meses.

O anúncio foi feito horas antes de uma reunião na terça-feira em Minsk, capital de Belarus, com o presidente russo, Vladimir Putin, para tentar chegar a uma solução para a crise na Ucrânia.

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"A Verkhovna Rada, em sua composição atual, apoiou (o ex-presidente Viktor) Yanoukovytch", ressaltou Poroshenko em seu site oficial. Ele acusou os deputados favoráveis ao ex-chefe de Estado de terem votado leis "ditatoriais" durante a presidência de Yanukovytch, derrubado em fevereiro por violentas manifestações da oposição em Kiev.

Além disso, vários deputados são, "se não cúmplices e aliados diretos, pelo menos partidários de militantes separatistas", acrescentou Poroshenko. "Podemos tolerar isto? Podemos ganhar a guerra desta maneira?", afirmou.

Poroshenko fez uma ligação entre a sua vontade de ver um novo Parlamento eleito e o desafio dos combates travados nas regiões de Donetsk e de Lugansk, chamadas de Donbass no leste.

"Considero uma vitória no Donbass e uma vitória das forças reformistas democráticas na Verkhovna Rada um processo integrado", declarou o presidente.

"Eleições legislativas antecipadas fazem parte do meu plano de paz", acrescentou Poroshenko, que mencionou a abertura de um "diálogo político com o Donbass" no futuro.

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"Aqueles que forem eleitos deputados no Donbass em dois meses receberão um mandato e o direito de representar a região nos contatos com o governo central", disse.

Entenda a crise na Ucrânia

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