Preso, ex-premiê de Portugal rejeita acusações de corrupção

José Sócrates disse que seu interrogatório foi um "abuso" e a decisão de colocá-lo em prisão preventiva injustificada

27 nov 2014 - 13h43
<p>Ex-primeiro-ministro José Sócrates chega ao tribunal em Lisboa, em 22 de novembro</p>
Ex-primeiro-ministro José Sócrates chega ao tribunal em Lisboa, em 22 de novembro
Foto: Hugo Correia / Reuters

O ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, preso na semana passada sob acusações de corrupção e fraude fiscal, disse nesta quinta-feira que as acusações contra ele não tinham fundamentos e que sua prisão foi uma “humilhação gratuita”. 

A prisão de Sócrates na semana passada abalou Portugal. Alguns analistas dizem que as acusações podem prejudicar as esperanças de seu partido Socialista, de oposição, atualmente à frente nas pesquisas de opinião, de vencer as eleições parlamentares no ano que vem. 

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Sua prisão foi a primeira envolvendo um ex-primeiro-ministro de Portugal em período democrático e seguiu outros grandes casos neste ano, à medida que procuradores e juízes intensificam a luta contra corrupção em um país conhecido por seu lento sistema judiciário. 

Em um carta enviada ao jornal Público e à rádio TSF por meio de seu advogado, Sócrates escreveu: “Em minha legítima defesa, eu vou refutar as mentiras contadas e fazer com que aqueles que as iniciaram respondam por isso”, através do Judiciário. 

“Minha prisão e meu interrogatório foram um abuso, as acusações contra mim são absurdas, injustas e sem fundamentos, a decisão de me colocar em custódio preventiva é injustificada e representa uma grande humilhação”, escreveu. 

Seu advogado disse que ele entrará com uma apelação. Após um interrogatório de três dias, Sócrates foi acusado, na segunda-feira, de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro. 

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A condenação por corrupção pode chegar a até oito anos de cadeia. 

Sócrates comandou Portugal entre 2005 e 2011.

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