A Procuradoria de Milão, na Itália, acredita que o ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, tenha pago a 21 meninas valores que somam 10 milhões de euros para que cometessem perjúrio em testemunho sobre as polêmicas festas em sua mansão durante o "Processo Ruby".
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Os procuradores milaneses notificaram 34 pessoas ao fim da investigação, entre eles Berlusconi, e agora aguardam a abertura de processo judicial.
O ex-chefe do governo italiano afirmou em comunicado que a acusação está baseada na "nada".
"Trata-se de outra tentativa da Procuradoria de Milão de construir contra mim acusações baseadas em nada. Confio na imparcialidade e no bom senso dos magistrados que já me absolveram pelo mesmo tema", assinalou.
Os procuradores garantem que Berlusconi pagou pelo silêncio das jovens durante o "processo Ruby", em que foi acusado pelos delitos de incitação à prostituição infantil e abuso de poder por ter mantido relações sexuais com a então menor Karima El Mahroug, conhecida como Ruby.
Em 10 de março a Suprema Corte italiana confirmou a absolvição de Berlusconi, de 78 anos, mas, paralelamente, surgiram outras investigações como a concluída hoje pela Procuradoria milanesa, conhecida como "Ruby Ter".
Entre os investigados, além do líder conservador, estão o advogado Luca Giuliante, o presidente da produtora Medusa, Carlo Rossella, e várias jovens que participaram das polêmicas festas que o ex-premiê oferecia em sua vila em Arcore, próxima a Milão.
Também estão sob suspeita a senadora do Forza Itália, Maria Rosaria Rossi, o cantor Mariano Apicella e a policial Giorgia Iafrante, acusados de terem mentido sobre a libertação de Ruby da delegacia milanesa em que foi detida por furto, soltura que teve a interferência de Berlusconi, o que valeu a ele a acusação de abuso de poder.
Os procuradores consideram que, entre 2010 e 2014, as jovens receberam do magnata mais de dez milhões de euros entre cheques e transferências bancárias, além de somas em dinheiro, presentes, despesas médicas, uso de carros e imóveis.
Na Itália estas jovens são conhecidas como as "olgettine", porque viviam em um complexo residencial de propriedade de Berlusconi na rua Olgettina, em Milão.
A imprensa publicou recentemente o elevado padrão de vida de Ruby, que, segundo os procuradores, teria recebido supostamente sete milhões de euros de Berlusconi e os investiu na Praia de Carmen, no México, e em uma cidade em Dubai.