O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que Moscou não tinha planos de anexar a Crimeia e que a decisão de fazê-lo foi tomada após a divulgação dos resultados de pesquisas realizadas na península.
"As decisões definitivas foram adotadas por mim assim que ficou claro o ânimo da população. Pois não estávamos nos preparando para semelhante desenvolvimento dos eventos", disse Putin, citado pelas agências de notícias locais, em reunião com dirigentes da Frente Popular da Rússia (FPR).
O presidente russo admitiu que as primeiras pesquisas russas na Crimeia foram realizadas "discretamente", alegou que estas confirmaram as estimativas preliminares sobre a vontade da população local e que a Rússia havia escolhido de maneira acertada sua "linha de conduta".
"Podíamos imaginar o sentimento do povo, mas não tínhamos certeza", disse Putin aos dirigentes do FPR, criado em 2011 e liderado pelo próprio presidente russo.
O governante anunciou que em breve se reunirá com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, e com o chefe do Executivo do porto de Sebastopol, Alexei Chalyi.
A república autônoma ucraniana da Crimeia e o porto de Sebastopol, situado na península, foram anexados oficialmente por Moscou em 21 de março, quando se transformaram nas 84ª e 85ª entidades federadas da Rússia.
A anexação dos territórios ucranianos foi condenada por quase a totalidade da comunidade internacional.
União Europeia, Estados Unidos e outros países adotaram uma série de sanções contra a Rússia e se manifestaram a favor da integridade territorial da Ucrânia.