O líder russo, Vladimir Putin, parabenizou nesta sexta-feira o desejo do presidente eleito ucraniano, Petro Poroshenko, de frear o derramamento de sangue no leste da Ucrânia, palco de combates entre forças governamentais e rebeldes pró-Rússia.
"Não posso fazer nada além de parabenizar a postura de Poroshenko sobre a necessidade de dar fim imediatamente ao derramamento de sangue no leste da Ucrânia", disse Putin a veículos de imprensa russos.
Putin e Poroshenko, que será investido amanhã em Kiev, se reuniram hoje pela primeira vez no marco da comemoração do 70º aniversário do desembarque de Normandia, na França.
"Ele tem um plano a respeito do conflito. Qual é esse plano? Melhor perguntar para ele e não para mim. Ele disse um par de palavras, mas uma coisa é falar aqui, na França, e outra é falar com seu próprio país", disse.
Contudo, para o chefe do Kremlin pareceu "certo" o plano de regra que Poroshenko apresentou, embora não tenha se atrevido a prever como será posto em prática.
Por sua vez, ressaltou que as negociações para a solução pacífica do conflito não podem ser entre ambos os países, já que "a Rússia não é parte do conflito".
Os envolvidos, acrescentou, "são as autoridades de Kiev e os partidários da federalização no leste".
Putin reconheceu que, embora a conversa não tenha sido muito substancial, durante os 15 minutos que durou puderam falar, entre outras coisas, do restabelecimento das relações econômicas bilaterais.
Enquanto isso, Poroshenko afirmou que o diálogo com a Rússia tem "boas possibilidades" de êxito, após seu encontro com Putin.
"Começou o diálogo e isso é bom", declarou Poroshenko à televisão ucraniana. "Um representante russo viajará à Ucrânia e conversaremos sobre os primeiros passos para um plano (para superar) a situação" de crise, acrescentou. "Temos boas possibilidades de aplicar este plano", considerou.
Antes, Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin, explicou que os líderes russo e ucraniano concordaram ao defender um cessar-fogo entre as forças governamentais e os rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.
"Durante uma breve conversa, Putin e Poroshenko defenderam o fim urgente do derramamento de sangue no sudeste da Ucrânia e também das ações militares por parte de ambos bandos", ressaltou.
Além disso, ambos os líderes "sublinharam que não há alternativa para a solução pacífica da situação por veículos de imprensa políticos".
O presidente ucraniano eleito também está disposto a tomar medidas de descentralização e reconhecer o status regional da língua russa (falada majoritariamente no sudeste), mas se opõe à federalização do país, como reivindica o Kremlin.