O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira que a Rússia não irá entregar aos Estados Unidos o ex-funcionário da agência de vigilância americana Edward Snowden, mas que, se Snowden quiser ficar na Rússia, ele "precisa parar seu trabalho de tentar prejudicar nossos parceiros americanos".
Snowden "não é um agente russo", disse Putin, repetindo que os serviços de inteligência russos não estavam trabalhando com o fugitivo norte-americano, que ainda deve estar na área de trânsito de um aeroporto de Moscou oito dias depois de chegar de Hong Kong. Ele disse Snowden que deve escolher o seu destino final e ir até ele.
Um funcionário do ministério das Relações Exteriores afirmou ainda hoje que Snowden entrou com um pedido de asilo político na Rússia. Sarah Harrison, uma ativista do WikiLeaks que está viajando com o ex-funcionário americano, entregou seu pedido a um consulado russo na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, na noite de domingo. "Às 22h30 (15h30 de Brasília) de ontem (domingo), a cidadã britânica Sarah Harrison se apresentou no serviço consular do aeroporto Sheremetievo e entregou um pedido de asilo político de Snowden", declarou à AFP Kim Shevchenko, funcionário deste serviço do aeroporto da capital russa.
Obama confirma conversa
Também hoje, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou que seu país está mantendo "conversas de alto nível" para conseguir a extradição de Snowden. Em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, na capital Dar-es-Salam, Obama afirmou que Snowden viajou "sem um passaporte válido" e espera que o governo russo tome uma decisão de acordo com a legislação internacional.
Obama disse que os EUA usaram todos os "canais para conseguir a extradição de Snowden. "Houve conversas de alto nível com a Rússia para tentar encontrar uma solução", garantiu. "Não temos um tratado de extradição com a Rússia. Mas, por outro lado, Snowden viajou sem um passaporte válido. Esperamos que o governo russo tome uma decisão baseada nos procedimentos normais referentes à legislação internacional sobre viagem", concluiu Obama.
Obama e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encarregaram seus serviços de segurança a encontrarem uma solução para o caso do ex-técnico da CIA, anunciou hoje Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia.
Com informações das agências AFP, EFE e Reuters