Até a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, no dia 17 de julho, a forma como o presidente Vladimir Putin estava lidando com a crise ucraniana era vista, na Rússia, como razoavelmente bem-sucedida.
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O avião foi derrubado em uma área do leste da Ucrânia controlada por rebeldes ligados à Rússia.
Era óbvio que a Rússia apoiava os militantes separatistas na região enquanto, por outro lado, tentava negar de forma plausível este apoio. Ao mesmo tempo, os russos se juntaram à Alemanha e França em um esforço diplomático para promover um acordo político dentro da Ucrânia que levasse em conta os interesses da Rússia.
A União Europeia pedia mais sanções contra o governo russo e vários países tentavam proteger suas importantes relações econômicas com o país. As tentativas do governo de Barack Obama de unir os europeus em torno de uma pauta de sanções pareciam ineficazes.
Putin, por sua vez, expandia suas relações com a China, ganhando um apoio moral de outros países dos Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) e também retomando antigas e fazendo novas amizades na América Latina.
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Mas a tragédia do MH17 interrompeu tudo isto.
O governo dos Estados Unidos e vários aliados dos americanos acusaram a Rússia de instigação e cumplicidade. Muitos meios da imprensa ocidental tratam a Rússia como um Estado pária. Como a maioria das vítimas era da Holanda, as relações entre a Rússia e a Europa devem ser as mais prejudicadas.
Militares fazem homenagem às vítimas do voo MH17
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Sem divergências
Depois do desastre com o voo da Malaysia Airline, as diferenças de abordagem entre os Estados Unidos e a União Europeia em relação às sanções contra a Rússia devem diminuir, o que acaba com as esperanças do governo russo de uma grande divergência entre os países ocidentais.
Na Ásia, para a onde a Rússia também estava se voltando, a derrubada de um avião de passageiros da Malásia poderá também abrir espaço para um sentimento contra a Rússia. E Putin acabou de assinar um acordo de 30 anos para fornecimento de gás à China.
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Em outras partes do mundo não ocidental, que ainda conta com a imprensa ocidental para a cobertura de notícias internacionais, as reputações da Rússia e do presidente Putin tomarão um golpe.
Alguns na Rússia poderão observar a piora das relações com o ocidente devido à crise na Ucrânia como algo estimulado pelos Estados Unidos, como uma forma de conter a Rússia. Mas poucos aprovam esta piora. Enquanto a maioria dos russos simpatiza com a situação dos compatriotas do leste da Ucrânia, poucos são a favor de uma invasão militar do país.
Popularidade
A popularidade de Putin ainda chega aos 80% e ele é visto em seu país como o responsável por colocar a Rússia na rota certa: protegendo os interesses do país e evitando os riscos inaceitáveis.
Mas o desastre aéreo com o MH17 também coloca isto em risco.
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A maioria dos russos já presume que o governo do país está dando mais do que apoio moral e político para os rebeldes em Donetsk e Luhansk.
Ao mesmo tempo, eles ouvem dos próprios líderes que a Rússia não controla aqueles a quem apoia publicamente. Por um tempo, eles podem ter aceitado esta aparente incoerência como uma estratégia diplomática.
Mas se a investigação internacional estabelecer que a Rússia realmente deu aos militantes armas poderosas que eles podem ter usado para derrubar, por engano, um avião de passageiros, parte do público russo, não necessariamente partidários do ocidente ou liberais, poderá achar que a abordagem do governo russo é irresponsável.
Sentindo este perigo, Putin está reagindo contra a versão do acidente que é apoiada pelos Estados Unidos. As autoridades russas estão apresentando suas próprias provas sobre a queda do avião e questionando o papel da Ucrânia no incidente. O próprio Putin está conversando com líderes da Malásia e do ocidente e apoiando publicamente um inquérito público.
Na ONU, o embaixador russo apoia uma resolução a respeito do caso. E agora, com a entrega das caixas pretas para investigadores internacionais, encontradas pelos rebeldes, o inquérito pode começar.
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Possibilidades
Se os investigadores realmente constatarem a responsabilidade da Rússia, a integridade de Putin não sofrerá tanto. Afinal, ele nunca disse que os rebeldes não tinham nenhuma relação com a queda do MH17, ao invés disso ele culpou a Ucrânia por atacar os rebeldes.
Putin vai sobreviver, em termos políticos, mas terá que trabalhar muito para restaurar a fé que as pessoas tinham nele antes.
A Rússia poderá evitar a culpa. E, se evitar, a responsabilidade pelo crime cairá em cima de outros. Se for este o caso, mais uma vez, Putin terá escapado.
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Irmãos australianos Mo, 12 anos, Evie, 10, e Otis Maslin, 8, voltavam com o avô, Nick Norris, para a Austrália após um feriado ao lado dos pais, que ficaram em Amsterdã
Foto: Reprodução/BuzzFeed
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Nick Norris, 68, acompanhava os netos Mo, Evie e Otis em viagem de volta à Austrália
Foto: Reprodução/BuzzFeed
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O holandês John, sua mulher Yuli e os filhos Arjuna e Sri Paulissen estavam no voo da Malaysia
Foto: AP
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O holandês Joep Lange já foi presidente da Sociedade Internacional da AIDs e estava indo para uma conferência sobre a doença na Austrália
Foto: Jean Ayssi/AFP
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O porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Glenn Thomas, estava a caminho da conferência sobre a AIDs em Melbourne, na Austrália
Foto: AFP/Organização Mundial da Saúde
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Foto da graduação do indonésio Hendry Se, que estava no avião da Malásia que caiu na Ucrânia
Foto: Família de Hendry Se/AFP
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Os namorados holandeses Karlijn Keijzer e Laurens van der Graaff também estão entre as vítimas
Foto: AP
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Foto da indonésia Ninik Yuriani, uma das vítimas que estavam no voo da Malaysia, na Holanda
Foto: Família de Ninik Yuriani/AFP
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Um cartaz de desaparecido com uma foto do indonésio Wayan Sujana, que estava no avião da Malaysia
Foto: Christopher Furlong/Getty Images
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O senador holandês Willem Witteveen estava no voo da Malaysia Airlines atingido por um míssil quando sobrevoava a Ucrânia
Foto: Paul Dijkstra/AFP
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A holandesa Jacqueline van Tongeren era uma das pesquisadoras da AIDs a caminha de uma conferência sobre a doença em Melbourne, na Austrália
Foto: Maaike Danz/AP
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O holandês Cor Pan era um dos passageiros do voo MH17, da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia
Foto: Reprodução/Facebook
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A australiana Philomene Tiernan também estava no avião da Malaysia
Foto: Reprodução/Facebook
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Quinn Lucas Schansman possuía dupla nacionalidade, holandesa-americana, e estava entre as vítimas da tragédia com o avião da Malaysia
Foto: Reprodução/Facebook
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A malasiana Angeline Premila era uma das comissárias a bordo do MH17
Foto: Reprodução/Facebook
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O holandês Pim de Kuijer participava do grupo Stop the AIDs Now! e também iria para a conferência sobre a doença na Austrália
Foto: Reprodução/Facebook
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Martine de Schutter também participava do grupo ativista Stop the AIDs Now! e estava no voo MH17
Foto: Reprodução/Facebook
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A australiana Helena Sidelik voltava para o seu país após ir a um casamento em Amsterdã
Foto: Reprodução/Gold Coast Bulletin
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A malasiana Nur Shazana Mohamed Salleh era uma das comissárias de bordo do avião da Malaysia Airlines
Foto: Reprodução/Facebook
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O holandês Emiel Mahler ia para Kuala Lumpur, na Malásia, com a namorada
Foto: Reprodução/Facebook
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Gary Slok, 15 anos, era goleiro num time local de Maassluis, na Holanda; ele e sua mãe Petra van Langeveld iam para Kuala Lumpur em uma viagem para pais solteiros e seus filhos; o jovem jogador tirou um selfie com a mãe momentos antes do MH17 decolar
Foto: Reprodução/TheMirror
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A holandesa Tessa van der Sande trabalhava na Anistia Internacional da Holanda e estava no avião da Malaysia com outros membros de sua família; seu trabalho era focado na África
Foto: Reprodução/Facebook
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Entre as vítimas do MH17 estão os australianos Liam Davison, 56 anos, um escritor premiado, e sua mulher, Frankie, 54, que era professora de literatura
Foto: Reprodução/The Age
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Shuba Jaya, uma atriz de Kuala Lampur, e seu marido holandês Paul Goes; o casal estava no voo de volta para casa após terem levada o filha Kaela para os avôs paternos conhecerem
Foto: Reprodução/The Star Online
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Uma família de seis pessoas morreu na tragédia; Tambi Jiee e sua mulher, Ariza Ghazalee, viajavam com os filhos Muhammad Afif, Afruz Tambi, Marsha Azmeena e Muhammad Afzal da Europa para casa, em Kuala Lumpur; na foto, uma passagem da família pela Alemanha
Foto: Reprodução/Facebook
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O piloto de helicóptero Cameron Dalziel, que possuía dupla cidadania (britânica/sul-africana), trabalhava na Malásia e voltava para o país após uma conferência em Amsterdã; um colega disse que ele era um ótimo piloto de resgate
Foto: Reprodução/Twitter
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O advogado britânico John Allen era casado com a holandesa Sandra Martens, com quem tinha os filhos Christopher, Julian e Ian, todos holandesas; a família toda estava no MH17 indo passar férias na Indonésia
Foto: Reprodução/The Mirror/Universal News and Sport
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Único canadense no voo, Andrei Anghel, 24, era estudante de medicina e estava a caminho de Bali, na Indonésia, com a namorada alemã, Olga Ioppa
Foto: Reprodução/LinkedIn
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Bintiparawira Sitiamirah, também conhecida como Sri Siti Amirah, era mulher de Mohammad Omar, avô do primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak; ela estava em Amsterdã visitando familiares e iria para a Indonésia passar uma data comemorativa muçulmana
Foto: Reprodução/Twitter
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