'Rei do Chocolate' reivindica presidência da Ucrânia

Após pesquisas de boca de urna, que indicam que o candidato teve maioria absoluta dos votos, Poroshenko disse que vai insistir no respeito à "soberania e integridade territorial" do país

25 mai 2014 - 17h58
(atualizado às 18h01)
<p>Empresário ucraniano, Petro Poroshenko discursa a simpatizantes, em frente a uma tela que mostra os resultados das pesquisas de boca de urna, feitas nesse domingo</p>
Empresário ucraniano, Petro Poroshenko discursa a simpatizantes, em frente a uma tela que mostra os resultados das pesquisas de boca de urna, feitas nesse domingo
Foto: Reuters

O bilionário Petro Poroshenko reivindicou a presidência da Ucrânia neste domingo após pesquisas de boca de urna darem a ele a maioria absoluta dos votos no primeiro turno e, assegurando o fim do conflito com rebeldes pró-russos, prometeu alinhar o país com a Europa.

Pesquisas de boca de urna deram a Poroshenko, um magnata da confeitaria com longa experiência no governo, mais de 55% dos votos, bem a frente da ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko no segundo lugar com 12%. Se os resultados forem confirmados na segunda-feira, não haverá necessidade para um segundo turno em junho.

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Ucranianos, cansados de seis meses de turbulência política, esperam que seu novo presidente seja capaz de levar o país de 45 milhões de habitantes longe da beira da falência, desmembramento e guerra civil que impediu a votação em partes do leste do país de língua russa.

"Todas as pesquisas mostram que a eleição foi concluída no primeiro turno e o país tem um novo presidente", disse o bilionário de 48 anos em coletiva de imprensa. Seus negócios deram a ele uma fortuna de mais de 1 bilhão de dólares e o apelido de "Rei do Chocolate".

Em sua sede de campanha, ele disse a apoiadores que a maioria dos ucranianos lhe tinha dado um mandato para continuar um curso de integração com o resto da Europa, mas disse que sua primeira prioridade era viajar para o leste do país para acabar com a "guerra e caos" causado por rebeldes separatistas pró-russos.

Ele disse que estava pronto para negociar com os adversários e oferecer anistia para aqueles que entregarem armas, mas descartou qualquer negociação com assassinos e "terroristas".

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Separatistas pró-russos impediram pessoas de votar em grande parte de Donbass, coração industrial da Ucrânia, tornando a principal cidade Donetsk em uma cidade fantasma, depois de dias de violência na região do entorno em que pelo menos 20 pessoas foram mortas.

Entenda a crise na Ucrânia

Perguntado por um jornalista estrangeiro sobre as relações com a Rússia, Poroshenko, falando em inglês fluente, disse que vai insistir no respeito à "soberania e integridade territorial" da Ucrânia. Ele também disse que a Ucrânia nunca reconhecerá a "ocupação da Crimeia" pela Rússia, a região do Mar Negro tomada por Moscou em março.

Mas Poroshenko terá que tentar encontrar um terreno comum com o vizinho do norte da Ucrânia, que fornece a maior parte de seu gás natural e é o principal mercado para as suas exportações. Mais tarde ele foi citado dizendo que "certamente" encontraria Putin já que o envolvimento russo é essencial para a estabilidade.

Foto: Arte Terra

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