Os motoristas britânicos expressaram frustração nesta terça-feira, 28, quando passaram horas circulando ou parados em filas para encher o tanque depois que postos de combustível de grandes cidades ficaram secos devido a uma falta de motoristas de caminhão que levou o governo a deixar o Exército de prontidão.
Filas de carros se estendiam dos postos que ainda estavam atendendo nas grandes cidades, mas dezenas estavam fechados com sinais informando que não tinham gasolina nem diesel, disseram repórteres da Reuters.
Uma escassez de caminhoneiros após a saída britânica da União Europeia, exacerbada pela suspensão dos exames de habilitação para condução de caminhões durante os lockdowns da Covid, semeia caos nas cadeias de suprimento, elevando a ameaça de transtornos e aumentos de preço no período pré-natalino.
O secretário dos Negócios, Kwasi Kwarteng, disse que um número limitado de condutores de tanques militares está de sobreaviso para ser acionado para entregar combustível se for necessário.
"Eles ficam dizendo que não há escassez, mas suponho que todos estejam entrando em pânico agora", disse David Scade, motorista de entregas de 33 anos que dirigiu durante horas à procura de combustível em Londres e conseguiu reabastecer em um posto da Shell.
Motoristas se agrediram por combustível em alguns postos de combustível ingleses, e médicos disseram que o abastecimento de carros de profissionais de saúde deveria ser priorizado para manter o serviço de saúde funcionando.
Um clima de caos se apoderou da quinta maior economia do mundo nas últimas semanas, já que a escassez de caminhoneiros tensionou as cadeias de suprimento e uma disparada nos preços do gás natural no atacado europeu empurrou empresas de energia para a falência.
Varejistas, caminhoneiros e empresas de logística alertam que os preços de tudo, da energia aos presentes de Natal, terão que aumentar.
Ministros britânicos, empresas de combustível e postos de abastecimento dizem haver suprimentos de combustível suficientes, mas que a falta de motoristas de caminhão, combinada à compra impulsiva, drena o sistema.
A situação é tão grave que a Associação Médica Britânica pede que os profissionais de saúde sejam priorizados no acesso ao combustível para se garantir que o serviço de saúde possa funcionar.
A demanda de combustível secou de 50% a 90% das bombas em algumas áreas do Reino Unido, de acordo com a Associação de Varejistas de Petróleo (PRA), que representa varejistas de combustível independentes que respondem por 65% dos 8.380 postos britânicos.