Reino Unido: deputados sofrem acusações de abuso sexual
Diretor da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra as Crianças presidirá a investigação sobre essa possível rede de pedofilia no parlamento britânico
O governo britânico anunciou nesta segunda-feira que investigará as acusações de abusos sexuais contra menores cometidos por deputados nos anos 80, assim como os erros institucionais na proteção de menores.
A ministra do Interior, Theresa May, disse que o diretor da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra as Crianças (NSPCC), Peter Wanless, presidirá a investigação sobre essa possível rede de pedofilia no parlamento britânico.
"Nossa prioridade será processar as pessoas que estiveram por trás destes asquerosos delitos", afirmou May na Câmara dos Comuns, após dias de pressões vindas da oposição trabalhista para que se abordasse o assunto.
Wanless terá a ajuda de analistas legais e apresentará o relatório de conclusão em oito ou dez semanas, e a investigação terá "a máxima transparência" e a intenção de "denunciar erros e aprender lições".
May também anunciou investigações independentes mais amplas sobre possíveis erros na proteção de menores das instituições do Estado e outros órgãos nas últimas décadas.
É improvável que esta segunda investigação, que contará com a participarão de especialistas de diferentes áreas, chegue a conclusões antes das próximas eleições gerais, em maio de 2015, mas a expectativa é que seus membros informem o parlamento antes do pleito.
Publicidade
A investigação de Wanless examinará se o Ministério do Interior respondeu adequadamente a um dossiê que recebeu nos anos 80 sobre supostos abusos sexuais por deputados, assim como as medidas tomadas pela polícia sobre os casos enviados à ela.
O dossiê foi entregue ao então ministro do Interior, Leon Brittan, no governo de Margaret Thatcher, pelo deputado conservador (já falecido) Geoffrey Dickens e abrangeria abusos ocorridos entre 1979 e 1999.
O secretário permanente do Ministério, Mark Sedwill, disse nos últimos dias que 114 expedientes desse dossiê estão desaparecidos, apesar de outros 527 foram analisados o ano passado por um investigador governamental.
Wanless deve confirmar de essa investigação de 2013, que exonerou o governo da época, chegou ao fundo do assunto.
Em entrevista à "BBC" no domingo, o ex-ministro conservador Norman Tebbit admitiu que "é muito possível que tenha havido acobertanmento" pelo governo caso tenham sido detectadas atividades ilícitas de deputados, pois "é o que se fazia na época para proteger o sistema".
Publicidade
Já Brittan garantiu que administrou o dossiê adequadamente e confirmou a notícia de que foi interrogado pela polícia o ano passado sobre uma suposta violação cometida em 1967, o que ele negou veementemente.
O assunto dos abusos de menores por parte de personalidades está em pauta no Reino Unido, após as várias denúncias contra apresentadores de televisão e outros famosos, vários deles condenados.
Um dos casos mais escandalosos é o do já falecido apresentador da "BBC" Jimmy Savile. Depois de sua morte foi revelado que ele tinha abusado de centenas de vítimas durante décadas se aproveitando da fama.
1 de 13
MICHAEL JACKSON - Apesar de ser reconhecido como o 'rei do pop', Michael Jackson também ficou conhecido mundialmente pela polêmica que rondava sua sexualidade. Em 1993, o cantor foi acusado de pedofilia, pelo pai de Jordan Chandler, de 13 anos. Em 2005, Gavin Arvizo, outro garoto, fez uma acusação parecida contra o astro. O primeiro processo foi abafado, após um acordo de US$ 20 milhões entre as partes. No segundo, o cantor foi inocentado. Em 2013, quando o cantor já estava morto, o coreógrafo australiano Wade Robson alegou ter sofrido abusos de Michael durante sete anos, quando era criança. O processo segue aberto.
Foto: AP
2 de 13
SILVIO BERLUSCONI - O magnata italiano Silvio Berlusconi possui uma vida sexual bastante polêmica. Apesar de se vangloriar sobre suas relações amorosas, o político foi investigado devido às festas sexuais que promove. O que desencadeou a investigação foi uma denúncia feita por uma prostituta, que diz ter participado de uma dessas festas. Conhecida como "Ruby", ela era menor de idade quando o crime aconteceu.
Foto: AP
3 de 13
WOODY ALLEN - O cineasta premiado norte-americano Woody Allen é casado com a atriz Mia Farrow e já foi acusado de abuso sexual duas vezes. Na primeira, a acusação partiu de Soon-Yi, a filha adotiva de Mia. No segundo episódio, a denúncia partiu de outra filha adotiva de Mia, que o acusou de pedofilia. Segundo Dylan Farrow, quando ela tinha 7 anos de idade, o cineasta tocava suas partes íntimas e a obrigava a agir contra sua vontade.
Foto: AP
4 de 13
STRAUSS-KAHN - O ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, foi preso após ser acusado de abuso sexual pela camareira de um hotel de luxo de Nova York. Devido à denúncia, viu-se obrigado a deixar o FMI e a candidatura à Presidência da França, em 2012. em junho de 2011, os promotores encontraram diversas provas de que a acusação era falsa e libertaram o francês. O caso foi arquivado.
Foto: AP
5 de 13
BRYAN SINGER - Diretor do filme "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido", Bryan Singer foi acusado no mês de abril de 2014 de ter cometido um estupro em 1999. O autor da acusação é o ator Michael Egan, de 31 anos, que tinha 17 quando o crime teria acontecido. Em maio, o acusado entrou com uma ação para descartar o processo.
Foto: Flickr
6 de 13
MARK HURD - Em 2009, o executivo Mark Hud, até então presidente da Hewlett-Packard (a HP), foi acusado de assediar sexualmente Jodie Fisher, que trabalhava como prestadora de serviços para a HP. Em meio à investigação, Hurd se demitiu do cargo
Foto: AP
7 de 13
SEAN KINGSTON - O rapper Sean Kingston, que ganhou fama internacional em 2007 com o hit "Beautiful Girls", foi parte de uma acusação de estupro coletivo pela universitária Clarissa Capeloto. Segundo ela, o cantor a convidou para ir ao seu apartamento e, quando chegou, ela foi embriagada e obrigada a manter relações sexuais com Kingston, seu segurança e seu guarda-costas. Segundo o rapper, o sexo foi consensual.
Foto: AP
8 de 13
JACOB ZUMA - O atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, já foi casado cinco vezes e, atualmente, tem três esposas. Defensor da poligamia, Zuma foi acusado de estupro sem preservativo de uma ativista na luta contra a Aids, que é soropositiva. No entanto, o político afirmou que não tinha se contaminado com a doença porque "tomou banho" após o sexo.
Foto: AP
9 de 13
BRITNEY SPEARS - A polêmica cantora Britney Spears é a única mulher da lista. A acusação de abuso sexual partiu do seu guarda-costas, Fernando Flores. Segundo ele, a musa popfez diversas insinuações dirigidas a ele, chegando a chamá-lo em seu quarto e se mostrar totalmente nua. Além disso, ela teria mantido diversas relações sexuais na sua frente, para tentar conquistá-lo. Britney acabou processada por danos morais.
Foto: AP
10 de 13
MOSHE KATZAV - Na década de 1990, o ex-presidente de Israel, Moshe Katzav, foi acusado de abuso sexual contra subordinadas quando foi o ministro do Turismo e durante o período em que ocupou a Presidência do país. Além de pagar uma multa de aproximadamente R$ 45 mil e ficar preso por sete anos, Katzav renunciou ao cargo e foi substituído por Shimon Peres.
Foto: AP
11 de 13
JOHN TRAVOLTA - O ator John Travolta foi acusado de assédio sexual por um massagista. Segundo o profissional, ele entrou no carro do ator para realizar uma massagem, mas Travolta estava nu e cercado por preservativos. O caso teria acontecido em maio de 2012 e a vítima pediu indenização de US$ 2 milhões.
Foto: AP
12 de 13
ARNOLD SCHWARZENEGGER - O ex-governador da Califórnia e também ator Arnold Schwarzenegger foi acusado de abuso sexual por pelo menos seis mulheres, entre elas a atriz Rhonda Miller. Segundo as vítimas, o ator teria falado obscenidades, apalpado suas partes íntimas e tentado tirar suas roupas.
Foto: AP
13 de 13
STEVEN SEAGAL - Ator produtor e diretor norte-americano Steven Seagal foi acusado pela ex-assistente pessoal, Kayden Nguyen, por assédio sexual. Além disso, ela teria dito que o ator seria responsável pelo tráfico de mulheres. Nguyen dizia que Seagal mantinha duas assistentes russas prontas para atender aos seus desejos sexuais a qualquer hora do dia.