Um dos suspeitos dos atentados em Bruxelas, na Bélgica, admitiu que o grupo planejava atacar inicialmente a França, afirmaram promotores do país.
Mohamed Abrini é acusado de ter sido um dos responsáveis pelos ataques à capital belga no último dia 22 de março.
Ele afirmou às autoridades que o grupo mudou de ideia e decidiu realizar o ataque em Bruxelas depois da prisão de Salah Abdeslam.
Belga de origem marroquina, Abdeslam foi um dos responsáveis pelos ataques a Paris em novembro do ano passado, que resultaram na morte de 130 pessoas.
De acordo com os investigadores, Abrini também teria admitido ser o terceiro homem-bomba no ataque ao aeroporto de Bruxelas. Ele, no entanto, fugiu do local sem detonar os explosivos.
Os ataques à Bélgica, que atingiram o aeroporto internacional e a rede de metrô, deixaram 32 mortos.
A autoria dos atentados foi reivindicada pelo grupo extremista autodenominado Estado Islâmico.
Mudança de planos
Abrini, que foi preso em Bruxelas na última sexta-feira, disse à polícia que a prisão de Abdeslam, no dia 18 de março, fez com que os extremistas mudassem os planos.
Surpreendidos pela velocidade com que a polícia chegava perto deles, os extremistas decidiram "tomar a decisão precipitada de atacar Bruxelas", afirmaram os promotores do caso citando Abrini.
Como Abdeslam, Abrini também é belga de origem marroquina. Ele foi acusado de "atividades terroristas" junto com outros três homens no sábado.
Promotores afirmaram que ele confessou ser o homem com o chapéu na imagem registrada pelas câmeras do circuito interno de TV do aeroporto.
"Ele disse que descartou o casaco em uma lixeira e vendeu seu chapéu depois do ataque", afirmaram as autoridades.
O advogado de Abrini não se pronunciou sobre as declarações dos promotores.
Dúvida
A identidade de Abrini como sendo o terceiro homem na imagem foi colocada em dúvida por especialistas.
Pieter Van Ostayen, especialista em jihadistas que atuam na Europa, diz acreditar que o suspeito possa estar tentando encobrir o verdadeiro responsável pelo ataque.
Contudo, testes de reconhecimento facial confirmaram que Abrini é o homem registrado nas imagens das câmeras do circuito interno de TV do aeroporto, informou a rede de TV francesaLCI com base em informações da polícia.
Segundo os investigadores, as digitais de Abrini e seu DNA foram encontrados em dois esconderijos em Bruxelas, assim como no carro usado nos ataques a Paris.
Abrini também foi filmado em um posto de gasolina com Abdeslam dois dias antes dos atentados à capital francesa.
O suposto papel de Abdeslam no ataque a Paris ainda não foi totalmente determinado pelas autoridades, mas seu irmão, Brahim, foi um dos extremistas que se explodiu na casa de shows Le Bataclan.
Os três outros homens acusados no sábado pelos promotores belgas foram identificados como Osama K, Herve BN, e Bilal EM.
Osama K, identificado pela imprensa como o sueco Osama Krayem, teria sido flagrado junto do homem-bomba que se explodiu na estação de metrô de Maelbeek, em Bruxelas, momentos antes do ataque, afirmaram investigadores.
Eles acrescentaram que ele também comprou as bolsas usadas pelos dois homens-bomba que atacaram o aeroporto internacional de Zaventem no mesmo dia.