Rússia anuncia retirada de tropas ucranianas da Crimeia

26 mar 2014 - 03h05
(atualizado às 03h56)

O chefe do Estado-Maior da Rússia, Valeri Gerasimov, anunciou nesta quarta-feira que os militares ucranianos alocados na Crimeia começarão a deixar a península hoje e o farão em um trem e sem seus armamentos e equipamentos.

"Em virtude de um acordo entre os Ministérios da Defesa da Rússia e da Ucrânia, os efetivos das Forças Armadas da Ucrânia e membros de suas famílias sairão da Crimeia em transporte ferroviário", disse o general russo aos jornalistas.

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Gerasimov também esclareceu que "todos os militares que manifestaram seu desejo de continuar a servir as Forças Armadas ucranianas estão fora de suas unidades, depois que entregaram suas armas, e se preparam para deixar a Crimeia junto com suas famílias e pertences pessoais".

A Ucrânia, que ordenou a retirada de suas tropas da Crimeia há dois dias, quando já tinha perdido praticamente todas as suas unidades e navios na península, negociou até o último momento a possibilidade de sair com seus armamentos, veículos e equipamentos.

A vice-secretária do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Victoria Siumar, explicou ontem que os efetivos da Marinha serão recuados até o porto de Odessa e para a região de Kherson, enquanto o restante dos militares continuarão o serviço nas regiões de fronteira.

O ex-ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniukh, garantiu ontem, antes de apresentar sua renúncia, que os 4 mil soldados ucranianos que desejam continuar a serviço da Ucrânia (de um total de quase 19 mil) deixariam a Crimeia com todo o seu equipamento.

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Após um fim de semana dramático para as Forças Armadas da Ucrânia, que perdeu todos seus navios, armamentos e equipamentos na Crimeia, as 203 unidades ucranianas na península já hastearam a bandeira russa e quase 80% dos soldados ucranianos mudaram de lado, se colocando às ordens da Rússia, ou abandonaram o Exército.

A maior parte dos destacamentos, bases e navios de guerra que se mantiveram leais a Kiev foram invadidos e tomados pelas forças russas desde o último sábado, em meio à absoluta inoperância da cúpula militar e política do país, denunciada como negligente por muitos oficiais ucranianos.

Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante adjunto da Marinha da Ucrânia para a defesa do litoral, o general Igor Voronchenk, foram detidos pelas autoridades da Crimeia por oferecerem resistência aos russos.

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