Os tripulantes do barco do Greenpeace que organizaram um protesto em uma plataforma de petróleo russa no Ártico, acusados de pirataria, foram colocados em prisão provisória nesta quarta-feira.
"Foram levados para centros de detenção provisória depois de interrogatórios", declarou à AFP, por telefone, Eugenia Belyakova, ativista do Greenpeace em Murmansk.
Os 30 integrantes da tripulação do "Arctic Sunrise", detido em alto mar na semana passada quando seguia em direção a uma plataforma de petróleo da Gazprom, foram levados para vários centros de detenção de Murmansk e seus arredores, explicou Belyakova.
O comitê de investigação russo confirmou em um comunicado que as 30 pessoas foram colocadas em prisão provisória como suspeitos. O órgão destacou que três tripulantes russos já foram interrogados. Os estrangeiros, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, serão interrogados após a chegada dos tradutores.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os 30 integrantes do Greenpeace não são piratas, mas violaram a lei. "Não conheço os detalhes do que aconteceu, mas é totalmente evidente que não são piratas", disse Putin em um fórum internacional sobre o Ártico na cidade de Salekhard. "Mas violaram as normas da lei internacional", completou.
Na terça-feira, as autoridades russas anunciaram a abertura de uma investigação criminal por pirataria, crime que pode ser punido com pena de até 15 anos de prisão na Rússia.
O "Arctic Sunrise", com bandeira holandesa, foi alvo de uma ação na quinta-feira passada da guarda de fronteira da Rússia, departamento vinculado ao Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB). Depois foi rebocado para Murmansk.
A ONG denuncia o ataque "ilegal" ao barco e assegura que a embarcação estava fora das águas territoriais russas quando foi detido.
A empresa Gazprom deseja iniciar a produção na plataforma Prirazlomnaia no primeiro trimestre de 2014. O Greenpeace denuncia o risco de contaminação em uma área próxima que inclui três reservas naturais protegidas pela lei russa.