Rússia promete retaliar sanções dos EUA por direitos humanos

Ministério de Relações Exteriores russo acusou os EUA de "padrão duplo" por não se pronunciarem sobre os abusos que estariam sido cometidos por autoridades ucranianas no combate aos separatistas

21 mai 2014 - 16h11
<p>Tropas ucranianas ficaram de guarda em um posto de controle na estrada perto da cidade oriental de Izum, região Donetsk; homens armados invadiram um quartel-general</p>
Tropas ucranianas ficaram de guarda em um posto de controle na estrada perto da cidade oriental de Izum, região Donetsk; homens armados invadiram um quartel-general
Foto: AFP

A Rússia prometeu nesta quarta-feira que vai retaliar o que definiu como sanções "infundadas" dos Estados Unidos, impostas um dia antes, contra 12 cidadãos russos por violações de direitos humanos, incluindo a suposta negativa de assistência médica para um advogado delator que morreu em uma prisão russa.

Os EUA não relacionaram as sanções - que ampliam uma lista de 2012 relacionada à morte do advogado Sergei Magnitsky - com as que impôs este ano à Rússia pela anexação da Crimeia e a agitação no leste da Ucrânia.

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O Ministério de Relações Exteriores russo acusou os EUA, contudo, de "padrão duplo" por não se pronunciarem sobre os abusos que afirma estarem serem cometidos pelas autoridades ucranianas no combate aos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Entenda a crise na Ucrânia

"Nós vemos a decisão do governo dos EUA de impor sanções financeiras e de vistos contra 12 cidadãos russos... como infundadas e ditadas por um desejo cínico de usar a tragédia humana para objetivos políticos inescrupulosos", disse o ministério, em um comunicado.

"O lado americano está tentando ser moralizador mostrando falsa preocupação com o destino do falecido Sergei Magnitsky num momento em que os protegidos dos EUA, as autoridades de Kiev, estão usando força contra a população no sudeste da Ucrânia.

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O comunicado evidenciou a profundidade da crise nas relações entre as duas antigas potências da Guerra Fria.

Os aliados ocidentais do governo interino em Kiev acusam Moscou de semear a rebelião na Ucrânia e anexar ilegalmente a Crimeia. A Rússia nega estar fomentando a agitação e diz que os levantes populares têm como alvo o governo ilegítimo instalado em Kiev por meio de um golpe.

Situação segue piorando no leste, diz ONU

A ONU advertiu que a situação dos direitos humanos no leste da Ucrânia segue piorando e que, se a deterioração continuar, pode ocorrer um grande deslocamento de população dessa região do país.

A declaração é do secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic. Segundo ele, pelo menos 127 pessoas morreram pela violência no leste da Ucrânia, onde aconteceram "várias violações" dos direitos humanos, entre elas detenções ilegais e sequestros de jornalistas e membros das comissões eleitorais.

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Além disso, se está vivendo também um aumento da delinquência comum, o que, junto ao risco de crescentes problemas na provisão de serviços sociais, contribui para agravar a situação.

Com informações da EFE e da Reuters.

Fonte: Terra
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