A Rússia anunciou nesta terça-feira que espera contar com a ajuda do ex-técnico da CIA Edward Snowden, a quem as autoridades russas concederam asilo temporário, na investigação sobre a apropriação de dados pessoais de cidadãos russos aos serviços de inteligência dos Estados Unidos.
"Hoje mesmo vou entrar em contato com Snowden. A informação que poderia nos proporcionar não prejudicará os interesses dos EUA, lá já não há novidades. É proteção de dados pessoais", disse o senador russo Ruslan Gattárov, citado pela agência oficial RIA Novosti.
O legislador lidera uma comissão especial adjunta do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento russo) para investigar os vazamentos ocasionados pelas atividades dos serviços secretos americanos.
Além disso, integrarão a comissão vários funcionários do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério de Comunicações e da Procuradoria Geral da Rússia.
"Nosso objetivo é averiguar quais são os pontos vulneráveis na proteção dos dados pessoais e eliminá-los", afirmou Gattárov.
A comissão investigadora apresentará em setembro novas propostas para introduzir emendas na legislação russa que buscarão endurecer as condições de confidencialidade de dados pessoais nas redes sociais.
Ontem, um analista político russo não descartou novos vazamentos do fugitivo no caso de os EUA impuserem sanções contra Moscou.
"Se de repente a lista Magnitski é ampliada, Snowden poderia 'lembrar' alguns detalhes sobre os serviços em que trabalhou", assegurou o diretor do Centro de Informações Políticas, Alexei Mujin.
Snowden deixou no dia 1º o aeroporto Sheremetyevo de Moscou, onde permaneceu quase um mês e meio em espera de que as autoridades russas lhe dessem o asilo temporário. Desde então, não se sabe o paradeiro do homem requisitado pela justiça dos EUA.