Russo que pregou testículos na Praça Vermelha é liberado sem acusações

11 nov 2013 - 13h06
(atualizado às 13h07)
O artista russo Pyotr Pavlenski prega os próprios testículos no chão, próximo ao Kremlin, sede do governo
O artista russo Pyotr Pavlenski prega os próprios testículos no chão, próximo ao Kremlin, sede do governo
Foto: Reuters

O pintor russo Pyotr Pavlensky, que pregou seus testículos com um martelo nos paralelepípedos da Praça Vermelha de Moscou em uma ação de protesto contra o Kremlin, foi liberado nesta segunda-feira sem acusações.

O tribunal Tverskoy da capital russa se negou a estudar a denúncia apresentada pela polícia por "falta de indícios" de um delito, segundo Yekaterina Korotova, porta-voz da corte, citada por agências russas.

Publicidade

Korotova explicou que o expediente aberto pela polícia se baseia no artigo 20.1 do Código Penal russo, que descreve o delito de "leve vandalismo" como uma violação da ordem pública "com agressão e blasfêmia", indícios que não figuram na denúncia.

Pavlensky, por sua vez, se mostrou surpreendido por sua libertação e a recusa do tribunal de abordar seu caso.

"O que acaba de acontecer no tribunal eu não entendi. Foi muito inesperado", disse à emissora de rádio russa RSN.

O ativista foi hospitalizado e depois detido após pregar seus testículos em frente ao mausoléu de Lênin na Praça Vermelha de Moscou, em uma ação de protesto que o polêmico artista denominou "Fixação" e que coincidiu com a celebração na Rússia do Dia da polícia.

Publicidade

Completamente nu e com suas partes íntimas cravadas nos paralelepípedos, Pavlensky ficou imóvel durante mais de uma hora olhando seus testículos, em uma ação que qualificou de "metáfora da apatia, indiferença política e fatalismo da sociedade atual russa".

Não é a primeira vez que o artista de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, usa o próprio corpo para expressar seu protesto contra o Governo do presidente russo, Vladimir Putin.

Em 3 de maio, Pavlensky voltou a ficar totalmente nu para se enrolar em um arame de espinhos em frente ao edifício da assembleia legislativa de São Petersburgo em uma ação que chamou "Corpo" e que simbolizava "a existência humana em um ambiente de repressão legal, quando o mais mínimo movimento provoca uma duríssima reação do sistema legislativo, que se crava no corpo do indivíduo".

Em junho, Pavlensky costurou a boca em uma ação de apoio ao grupo punk Pussy Riot, dois de cujas integrantes estão presas por cantar contra Putin no principal templo da Igreja Ortodoxa Russa.

Publicidade
  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações